Embora possa acontecer com qualquer pessoa, a retenção de líquidos é ainda mais comum em mulheres. Ela pode surgir em qualquer momento: durante a TPM, na menopausa e também no pós-operatório de cirurgias e procedimentos estéticos.
O inchaço em diversas partes do corpo, bem como o desconforto que ele causa, impactam não só a sensação de bem-estar no dia a dia, mas também podem influenciar significativamente a recuperação de procedimentos estéticos, alterando os resultados esperados ou dificultando a cicatrização.
Compreender as causas por trás dessa condição e conhecer os tratamentos adequados é fundamental para gerenciar seus efeitos e promover uma recuperação mais eficaz.
Neste artigo, exploraremos as principais causas da retenção de líquidos e discutiremos estratégias efetivas para minimizar seus impactos, especialmente no contexto de procedimentos estéticos.
O que é a retenção de líquidos?
A retenção de líquidos, também conhecida como edema, ocorre quando o corpo acumula excesso de fluido nos tecidos, sem eliminá-los da forma adequada.
Algumas vezes, esse fenômeno ocorre de maneira generalizada. Assim, ele afeta diversas partes do corpo ao mesmo tempo. Outras vezes, a retenção acontece de forma localizada, concentrando-se em áreas específicas como pernas, pés, mãos e abdômen.
Os mecanismos por trás da retenção de líquidos envolvem uma complexa interação entre o sistema circulatório, o sistema linfático e os rins, que são responsáveis por regular o equilíbrio hídrico do corpo.
Quando o corpo está funcionando normalmente, o líquido que sai dos vasos sanguíneos para os tecidos é recolhido pelo sistema linfático e eventualmente retorna à circulação sanguínea.
No entanto, quando há uma falha nesse processo de equilíbrio, seja por disfunção dos vasos sanguíneos, obstrução do sistema linfático ou problemas renais, o líquido pode acumular-se nos tecidos, entre as células. O resultado é o inchaço, e, consequentemente, o desconforto que ele causa.
O que causa a retenção de líquidos?
A retenção de líquidos pode ser desencadeada por uma série de fatores, variando desde aspectos relacionados à nossa alimentação, desequilíbrios hormonais, até condições médicas e escolhas de estilo de vida. Compreender essas causas é fundamental para identificar e tratar o edema e obter resultados satisfatórios. Entenda melhor nos próximos tópicos:
Retenção de líquidos por alimentação inadequada
O excesso de sódio é uma das principais causas deste problema, quando falamos em aspectos relacionados à alimentação. Afinal, essa substância retém água no corpo, contribuindo para o inchaço.
Em nossa casa, encontramos o sódio principalmente no sal de cozinha. Porém, hoje em dia, o maior problema é o alto consumo de alimentos industrializados e processados, que geralmente contêm uma quantidade absurda de sódio.
Além disso, quando ingerimos uma quantidade insuficiente de proteínas ou de água, nosso organismo também desestabiliza o equilíbrio hídrico. Um dos resultados é o quadro de retenção.
Retenção de líquidos por fatores hormonais
Flutuações hormonais, como as que ocorrem durante o ciclo menstrual, gravidez ou como resultado de condições como a síndrome do ovário policístico (SOP), podem impedir que o corpo maneje os líquidos de forma eficaz, seja através da distribuição ou da eliminação.
Na TPM, por exemplo, o corpo libera uma quantidade maior de progesterona. Este hormônio ativa uma substância chamada aldosterona, que atua no sistema renal e reduz o ritmo de eliminação de líquidos.
Como esses líquidos não são eliminados, eles promovem o inchaço e desconforto. Depois, à medida que o período menstrual termina, os líquidos voltam a ser eliminados normalmente e os sintomas passam.
Então, se você se sente inchada apenas no período antes da menstruação, fique atenta, mas tranquila. No entanto, se esse inchaço for muito frequente ou surgir e outros momentos do ciclo, é importante buscar uma avaliação médica.
Retenção de líquidos por condições médicas
Diversas condições médicas podem causar retenção de líquidos. Entre elas, podemos destacar insuficiência cardíaca, doença renal, doença hepática (como cirrose), e insuficiência venosa crônica.
Como você viu em tópicos anteriores, o manejo dos líquidos pelo organismo acontece, em parte, na circulação sanguínea. Então, quando uma condição médica afeta a nossa circulação, existe a possibilidade de interferir na retenção, também.
Retenção de líquidos por estilo de vida inadequado
O sedentarismo é um dos fatores que mais dificultam a eliminação eficiente de líquidos pelo organismo, especialmente nos membros inferiores. Afinal, o exercício favorece a circulação sanguínea e, consequentemente, facilita esse processo, reduzindo inchaços.
Identificar a causa do problema é fundamental para o tratamento eficaz da retenção de líquidos. Em muitos casos, ajustes na dieta e no estilo de vida já aliviam muito os sintomas.
Outras condições médicas podem exigir tratamento específico, incluindo medicamentos ou uso de meias de compressão, entre diversas possibilidades. Jamais faça qualquer tratamento sem orientação médica, pois o resultado para a saúde pode ser desastroso!
Como a retenção de líquidos impacta cirurgias e procedimentos?
A retenção de líquidos após procedimentos estéticos, sejam cirurgias plásticas ou tratamentos não invasivos, pode ter um impacto considerável tanto na recuperação quanto nos resultados finais.
Este fenômeno é uma resposta comum do corpo ao trauma cirúrgico ou à intervenção estética. Porém, mesmo sendo considerado natural, ele prolonga o período de recuperação e pode afetar a cicatrização. Entenda melhor nos próximos tópicos?
Impacto na recuperação
Durante o processo de recuperação de cirurgias como abdominoplastia, lipoaspiração ou colocação de prótese de silicone, é esperado um certo grau de inchaço.
No entanto, quando há retenção acentuada, pode-se observar um aumento no desconforto e um atraso na visualização dos resultados estéticos desejados. O líquido forma uma barreira entre tecidos que precisam aderir um ao outro, dificultando a cicatrização.
Em tratamentos estéticos menos invasivos, esse acúmulo de fluidos pode igualmente distorcer temporariamente os contornos tratados, gerando ansiedade e incerteza quanto à eficácia do procedimento.
Impacto nos resultados
Nos estágios iniciais da recuperação, a retenção impedirá a paciente de observar o resultado do procedimento, pois prejudica a definição de contornos. Até mesmo a equipe médica pode ter um pouco de dificuldade para avaliar corretamente, devido ao inchaço.
Embora essa condição seja geralmente temporária, sua presença pode complicar o processo de recuperação, exigindo paciência e compreensão até que o corpo se ajuste e os resultados finais apareçam claramente.
No entanto, em alguns casos, a retenção pode realmente prejudicar os resultados. Como dissemos, o líquido forma uma barreira entre tecidos que precisam aderir um ao outro. Nesse espaço entre eles, aumentam as chances de a paciente desenvolver uma fibrose.
A fibrose é a formação excessiva de tecido cicatricial sob a pele, na região da cirurgia. Ela deixa a pele irregular, formando nódulos endurecidos que comprometem a aparência do local.
Vale a pena destacar que a fibrose é mais comum em alguns procedimentos, como a lipoaspiração, do que em outros. Para eliminar o líquido em excesso e, consequentemente, evitá-la, os médicos recomendam uma série de medidas no pós-operatório.
Como eliminar os líquidos em excesso?
Para eliminar líquidos e acabar com a retenção, especialmente após procedimentos estéticos, a paciente precisa adotar algumas estratégias de manejo. Muitas delas já fazem parte das recomendações para o pós-operatório. Outras podem ser adicionadas, conforme suas necessidades e a orientação médica.
Drenagem Linfática
A drenagem linfática, realizada por meio de manobras específicas, é uma técnica eficaz para estimular o sistema linfático, facilitando a eliminação do excesso de líquidos acumulados nos tecidos.
Este método pode reduzir bastante o inchaço e acelerar a recuperação, sendo frequentemente recomendado por profissionais após cirurgias plásticas ou tratamentos estéticos invasivos.
Mas, atenção! Muitos cirurgiões plásticos não recomendam a realização de manobras na região das mamas. Então, eles podem indicar a drenagem se a paciente tiver inchaço em outras partes do corpo, mas não nos seios. Consulte seu médico.
Além disso, existem algumas condições médicas que também não permitem a realização de drenagem linfática, como em caso de câncer, infecções e outros problemas de saúde. Portanto, mais uma vez, não recorra ao tratamento sem orientação médica.
Use o sutiã cirúrgico
O uso do sutiã cirúrgico no pós-operatório da mamoplastia é essencial para uma recuperação bem-sucedida. Essa peça especialmente desenhada oferece suporte e compressão adequados à área operada, ajudando a minimizar o inchaço e a promover uma cicatrização mais eficaz.
Além disso, o sutiã cirúrgico contribui para manter os implantes na posição correta durante o processo de cicatrização, assegurando que os resultados finais estejam alinhados com as expectativas estéticas da paciente.
Se você fez outra cirurgia plástica, como abdominoplastia, lipoaspiração ou lifting de coxas, por exemplo, não é necessário usar o sutiã cirúrgico, e sim roupas de compressão.
Essas vestimentas são projetadas para aplicar pressão uniforme sobre a área tratada, ajudando a controlar o inchaço e a moldar o corpo conforme ele se recupera.
Além disso, a compressão pode auxiliar na prevenção de seromas e na melhoria da circulação sanguínea, contribuindo para uma cicatrização mais eficiente.
Hidratação adequada
Quanto mais água você quer eliminar do seu corpo, mais água você deve beber durante o dia. Parece contraditório, mas manter o corpo bem hidratado é fundamental para facilitar a eliminação de toxinas e líquidos em excesso.
A ingestão adequada de água ajuda a manter o equilíbrio hídrico do corpo, promovendo uma recuperação mais rápida e eficaz. Mantenha sua garrafinha sempre por perto e, se você se esquece frequentemente de beber água, acione os lembretes do celular.
Dieta balanceada
Uma dieta balanceada, especialmente uma pobre em sódio e rica em alimentos anti-inflamatórios, pode desempenhar um papel crucial na redução da retenção de líquidos.
Alimentos ricos em potássio, como bananas e batatas, e ricos em antioxidantes, como frutas e vegetais, podem ajudar a equilibrar os fluidos corporais e minimizar o inchaço.
Por outro lado, quanto mais você conseguir evitar os ultraprocessados, industrializados e embutidos, será melhor. O álcool também é outro fator que gera retenção de líquidos. Portanto, ele não deve fazer parte do pós-operatório.
Atividade física
Assim que o médico permitir, retome gradualmente a atividade física. Após o silicone, por exemplo, você não pode fazer exercícios. Geralmente, é preciso esperar pelo menos 4 semanas para fazer caminhadas leves na esteira.
Porém, ainda assim, o repouso do silicone é ativo, o que significa que o médico não recomenda que a paciente passe o tempo inteiro na cama. Ela pode andar dentro da própria casa, em superfícies planas, se movimentando pelo menos alguns minutos a cada hora.
Essa movimentação melhora a circulação sanguínea e linfática, auxiliando na redução do edema.
E você, sofre com a retenção de líquidos? Então, já salva o link deste post no seu WhatsApp para consultá-lo no pós-operatório do seu procedimento!
Deixe um comentário