Nas últimas décadas, cresceu a consciência de que o sol pode trazer benefícios ao organismo, mas que a exposição irresponsável a ele também traz riscos. O principal problema é gerado pelos raios ultravioleta, que pode causar danos de diferentes graus à pele.
Muitas mulheres não sabem, mas a exposição ao sol pode prejudicar a recuperação de uma cirurgia plástica e deixar marcas permanentes após o procedimento. Por isso, uma das recomendações do médico é justamente ficar longe desta fonte de luz e calor por algum tempo.
Mas afinal, por que isso acontece? Por que o sol pode ser tão perigoso para quem faz uma cirurgia plástica? O que torna os raios ultravioleta em vilões do pós-operatório?
Você vai descobrir todas essas respostas neste artigo. Então, continue a leitura e saiba tudo sobre esse assunto!
O que são os raios ultravioleta?
Os raios ultravioleta (UV) são uma forma de radiação eletromagnética proveniente principalmente do sol. Porém, eles também podem ser emitidos por fontes artificiais como lâmpadas de vapor de mercúrio, lâmpadas fluorescentes, camas de bronzeamento etc.
Quando falamos em radiação, muitas pessoas não têm ideia do que se trata. Na verdade, radiação é uma forma de energia que se espalha no ambiente através de ondas ou partículas. Portanto, o sol é uma das fontes que emitem essas ondas, que chegam à nossa pele.
Invisíveis ao olho humano, os raios ultravioleta desempenham um papel crucial na saúde da nossa pele. Eles trazem tanto benefícios quanto riscos significativos. Entenda principalmente como eles podem afetar a cicatrização após uma cirurgia.
Tipos de raios UV e sua interação com a pele
Os raios UV são classificados em três tipos principais: UVA, UVB e UVC. Os raios UVC são os mais perigosos, mas felizmente são filtrados pela camada de ozônio da Terra. Os raios UVA e UVB, por outro lado, chegam à superfície terrestre e são os responsáveis pelos efeitos na nossa pele.
Os raios UVA têm um comprimento de onda mais longo e penetram mais profundamente na pele. Eles atravessam a epiderme, que é a camada mais superficial que nos protege do ambiente e atinge a derme. Eles são os principais responsáveis pelo envelhecimento precoce da pele e pelos danos a longo prazo.
Além deles, temos os raios UVB. Eles têm um comprimento de onda mais curto e afetam principalmente as camadas superficiais da pele, sendo os principais causadores das queimaduras solares, que geram vermelhidão, descascamento e sensibilidade aumentada.
Quais são os benefícios dos raios ultravioleta?
Ao contrário do que as pessoas geralmente pensam, os raios ultravioleta proporcionam vários benefícios ao corpo. Eles estimulam a produção de vitamina D, importantíssima para a saúde dos ossos e do sistema imunológico.
A exposição controlada aos raios ultravioleta aumenta a produção de melanina. Este pigmento, produzido na pele, protege-a dos danos causados pelos próprios raios UV.
Ainda utilizados da forma correta, os raios ultravioleta melhoram o humor e aumentam a energia. Eles são capazes até mesmo de produzir uma substância que relaxa os vasos sanguíneos (óxido nítrico), o que facilita a circulação e reduz a pressão arterial.
Finalmente, existem terapias que utilizam raios ultravioleta para tratar doenças da pele, como a dermatite atópica. Porém, mais uma vez destacamos: esses benefícios são possíveis apenas com a exposição responsável, sem exageros e nos momentos certos.
Quais são os danos que os raios ultravioleta causam à pele?
Assim como os raios ultravioleta proporcionam benefícios, eles também causam danos à pele. A seguir, você conhecerá cada um deles:
Raios ultravioleta causam danos ao DNA
Um dos efeitos mais preocupantes dos raios ultravioleta é o dano que eles podem causar ao DNA das células da pele. Quando a radiação UV penetra na pele, ela pode ser absorvida diretamente pelo DNA celular. Isso pode levar à formação de ligações anormais entre as bases do DNA, criando o que os cientistas chamam de dímeros de pirimidina.
Essas alterações no DNA podem interferir na replicação celular normal, seja, o corpo começa a produzir células da pele alteradas, com mutações. Em casos mais graves, essas mutações podem ser o primeiro passo para o desenvolvimento de câncer de pele.
O corpo humano possui mecanismos de reparo do DNA, ou seja, ele identifica e destrói células alteradas, evitando que elas se multipliquem e formem tumores.
Porém, a exposição repetida e excessiva aos raios UV pode levar aumentar demais a multiplicação de células alteradas, sobrecarregando o sistema de reparo. Com esse sistema sobrecarregado, pode ser que alguma dessas células não seja identificada e destruída, aumentando o risco de problemas como o câncer de pele.
Raios ultravioleta prejudicam a produção de colágeno
Os fibroblastos são células cruciais para a saúde e a aparência da pele. Localizados na derme, ou seja, na segunda camada da pele, eles são responsáveis pela produção de colágeno, elastina e outras proteínas que dão estrutura e elasticidade a esse tecido.
Infelizmente, os raios UV, especialmente os UVA, podem causar danos significativos a essas importantes células. Quando expostos à radiação, os fibroblastos podem sofrer estresse oxidativo, um processo que leva à produção de radicais livres.
Esses radicais livres não apenas danificam as próprias células, mas também podem interferir na sua capacidade de produzir colágeno e outras proteínas essenciais.
Além disso, a radiação UV pode ativar enzimas chamadas metaloproteinases da matriz (MMPs) nos fibroblastos. Essas enzimas são responsáveis pela degradação do colágeno e da elastina existentes.
Sem colágeno, acontecem dois problemas: para uma pele normal, ocorre uma aceleração do envelhecimento da pele. Em peles que precisam de um processo de cicatrização, o dano é ainda maior, pois a falta de colágeno dificulta a regeneração dos tecidos e fechamento das incisões.
Raios ultravioleta aceleram o envelhecimento
O dano cumulativo causado pelos raios ultravioleta ao longo do tempo é o principal responsável pelo fotoenvelhecimento – o envelhecimento prematuro da pele causado pela exposição solar excessiva. Os sinais visíveis do fotoenvelhecimento incluem:
- rugas e linhas finas;
- perda de elasticidade da pele;
- textura irregular;
- manchas escuras (hiperpigmentação);
- vasos sanguíneos dilatados visíveis na superfície da pele.
Além desses efeitos estéticos, a exposição excessiva aos raios UV também aumenta o risco de desenvolvimento de câncer de pele, incluindo melanoma, o tipo mais perigoso.
Por que evitar o sol no pós-operatório do silicone?
Após uma cirurgia de implante de silicone, a pele passa por todo um processo de regeneração. Ela precia fechar a incisão externa e também recuperar os tecidos internos, além de reabsorver o sangue dos hematomas e o líquido que deixa a região mais inchada.
A exposição aos raios UV durante este período pode ter consequências negativas significativas:
Problemas de cicatrização
Como os raios ultravioleta comprometem a produção de colágeno e ainda degradam o colágeno existente, a paciente pode ter problemas de cicatrização, como atraso na regeneração de tecidos e aumento no risco de cicatrizes inestéticas.
Hiperpigmentação
Incisões cirúrgicas recentes são mais propensas a desenvolver hiperpigmentação quando expostas ao sol. O resultado é a formação de cicatrizes mais escuras e visíveis.
Além disso, após qualquer cirurgia, é natural que a pele apresente manchas arroxeadas devido ao sangue que se espalha a partir dos vasos rompidos durante as incisões. A luz solar atua como uma revelação da fotografia, fixando esses pigmentos roxos ou esverdeados na pele, tornando as manchas permanentes.
Inflamação aumentada
A inflamação é um processo natural do pós-operatório imediato da cirurgia. É essa reação do organismo que inicia todos os mecanismos para a regeneração dos tecidos e cicatrização.
Porém, a exposição ao sol pode exacerbar a inflamação pós-operatória, prolongando o desconforto e potencialmente afetando o resultado estético final.
Desidratação da pele
A pele já está sob estresse após a cirurgia, e a exposição ao sol pode causar desidratação adicional, prejudicando o processo de recuperação. Além disso, sem água, o corpo também produz menos colágeno, o que gera um ciclo de complicações completamente evitáveis.
Por todos esses motivos, durante o pós-operatório do silicone, a paciente não deve se expor ao sol. Ela deve evitar permanecer em ambientes abertos e, caso seja indispensável devido ao retorno ao trabalho, por exemplo, utilizar protetor solar químico e físico é indispensável.
Como se proteger dos raios ultravioleta?
Para proteger a pele dos efeitos nocivos dos raios UV, seja no dia a dia ou especialmente após procedimentos cirúrgicos, é essencial adotar medidas de proteção eficazes:
- Uso de protetor solar: aplique um protetor solar de amplo espectro (que proteja contra UVA e UVB) com FPS de pelo menos 30, reaplicando a cada duas horas. Se for durante o pós-cirúrgico, aumente o FPS para 50 ou mais, mesmo em dias nublados.
- Vestuário protetor: use roupas que cubram a pele, dando preferência a tecidos com fator de proteção UV.
- Acessórios: chapéus de aba larga, óculos de sol e guarda-sóis oferecem proteção adicional.
- Evite horários de pico: limite a exposição ao sol entre 10h e 16h, quando os raios UV são mais intensos.
- Busque sombra: sempre que possível, permaneça na sombra, especialmente durante os horários de maior intensidade solar.
- Evite a exposição no pós-operatório: por pelo menos 6 semanas após a cirurgia, mantenha-se longe do sol.
Adotar hábitos de proteção solar consistentes é um investimento na saúde e beleza da sua pele. Com os cuidados adequados, é possível desfrutar dos benefícios do sol enquanto minimiza seus efeitos nocivos, garantindo uma pele saudável, bonita e jovial por muitos anos.
E você, sabia da importância de evitar o sol no pós-operatório? Quer acompanhar outras novidades sobre as áreas de cirurgia plástica, beleza, estética e até saúde da mulher? Então, siga nossos perfis no Youtube, Tiktok, Instagram e no Facebook para não perder nenhum conteúdo!
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