A decisão de colocar implantes de silicone pode vir acompanhada de várias dúvidas, especialmente para mulheres que planejam ter filhos no futuro. “Será que o silicone pode impedir minha capacidade de amamentar?” ou “O leite materno pode ser contaminado pelas próteses?”
Essas são preocupações legítimas que podem gerar ansiedade. Afinal, entendemos que a maternidade é uma realização para muitas mulheres, um verdadeiro sonho. E neste sonho, elas querem sempre garantir o melhor para seus futuros filhos.
Então, será que a prótese de silicone pode prejudicar, de alguma forma, a amamentação? Neste artigo, vamos explorar essas questões, oferecendo respostas claras e baseadas em evidências para tranquilizar quem está nessa jornada.
Você vai compreender como as próteses de silicone interagem com o corpo e o leite materno. Assim, você poderá tomar uma decisão informada e segura. Ficou interessada? Continue a leitura!
A prótese de silicone contém substâncias perigosas?
As próteses de silicone modernas são projetadas com materiais de alta qualidade que garantem segurança e durabilidade. Elas são compostas por um invólucro externo de silicone e preenchidas com gel de silicone coesivo, um material que oferece várias vantagens em termos de resistência e biocompatibilidade.
Este gel é mais espesso e firme em comparação com versões anteriores, o que ajuda a manter a forma da prótese e minimiza o risco de vazamentos, mesmo em casos de ruptura.
O gel de silicone coesivo é conhecido por sua biocompatibilidade, o que significa que é bem aceito pelo corpo humano. Portanto, ele não contém substâncias perigosas e o risco de reações adversas só existe em pessoas com extrema sensibilidade ao que chamamos de adjuvantes externos.
Então, não. Não há nada nas próteses de silicone aprovadas pela Anvisa que coloque seu corpo em risco ou que, de alguma forma, pudesse contaminar o leite materno. Mesmo se houvesse — o que não é o caso — você vai descobrir, neste artigo, que o implante sequer entra em contato com o alimento do bebê.
A segurança do leite materno em mulheres com silicone tem comprovação científica?
Há muito tempo, surgiu a preocupação sobre a segurança do leite materno em mulheres com próteses de silicone. Considerando a importância do assunto, uma série de pesquisadores já realizaram estudos a respeito desse assunto.
As evidências científicas disponíveis felizmente nos tranquilizam quanto a essa questão. Diversos estudos têm demonstrado que as próteses de silicone não contaminam o leite materno. Não há vestígios dessa substância nas amostras de leite analisadas.
Um desses estudos foi publicado no Journal of the American Medical Association. Assim como outros, ele não encontrou diferenças significativas nos níveis de silicone no leite materno de mulheres com implantes em comparação com aquelas sem implantes.
Além disso, especialistas em saúde, incluindo cirurgiões plásticos e ginecologistas, concordam que as próteses de silicone não afetam a qualidade do leite materno nem representam risco para o bebê.
Com base nessas evidências, mulheres com próteses de silicone podem se sentir seguras para amamentar, sabendo que estão oferecendo nutrição saudável e segura para seus bebês. Consultas regulares com profissionais de saúde podem fornecer informações adicionais e suporte durante a amamentação.
Qual é o nível de contato entre a prótese de silicone e o leite materno?
O nível de contato entre a prótese de silicone e o leite materno é praticamente nenhum. Afinal, os implantes são inseridos sempre por trás da glândula mamária, que é a estrutura que produz o leite.
Quando o médico coloca o silicone na posição subglandular, a prótese fica ali atrás da glândula e não tem contato com o leite, pois não se interpõe entre o local de produção e os mamilos, que são os pontos de contato através dos quais o bebê suga o leite.
No protocolo padrão do Silicone Center, a prótese e a glândula mamária ficam ainda mais distantes, pois o implante é colocado sob a fáscia (posição subfascial). Portanto, há um tecido rígido que separa essas estruturas, tornando o contato praticamente inexistente. Existe ainda a posição submuscular, com um músculo entre eles.
Essa colocação estratégica significa que, mesmo durante a amamentação, o leite materno não entra em contato direto com o implante. O leite é produzido nas glândulas mamárias e transportado através dos ductos até o mamilo, um processo que ocorre superficialmente em relação à localização da prótese.
Além disso, o gel de silicone coesivo dentro das próteses é projetado para ser altamente resistente e permanecer no lugar, mesmo em casos de ruptura. Portanto, não existe a possibilidade de o silicone migrar de dentro da prótese ou vazar e sair pelos mamilos.
Assim, essa separação clara entre a prótese e o leite materno proporciona tranquilidade às mães que desejam amamentar após a mamoplastia de aumento, assegurando que a nutrição do bebê não seja comprometida.
Colocar silicone pode impedir a amamentação?
É importante notar que a colocação do silicone pode, sim, influenciar a capacidade de amamentar. No entanto, ela não afeta a segurança do leite materno. Mas, calma! Isso não significa que toda mulher que coloca próteses tem problemas com o aleitamento.
A grande questão é a técnica cirúrgica utilizada ao realizar a mamoplastia de aumento. A escolha da incisão influencia essa capacidade. Incisões feitas longe da aréola, como as realizadas no sulco inframamário ou na axila, tendem a preservar melhor a função mamária, pois minimizam a interferência nos ductos lactíferos e na própria glândula.
Nessas incisões — inframamária e transaxilar — o médico abre a passagem para o silicone por trás da glândula mamária e dos dutos. Portanto, ele não corta nenhum canal que leva o leite até o bebê. Com essas estruturas íntegras, a amamentação se torna possível e eficaz.
Por outro lado, incisões periareolares, que são feitas ao redor da aréola, podem apresentar um risco maior de interferir na capacidade de amamentar. No entanto, mesmo com essa técnica, muitos cirurgiões habilidosos conseguem preservar a função mamária, assegurando que as mulheres possam amamentar com sucesso.
Atualmente, quase não se faz mamoplastias de aumento com a incisão periareolar. A incisão inframamária é a preferida da maioria dos médicos não apenas por facilitar a amamentação posterior, mas também por outras vantagens, como a facilidade para dissecar tecidos (separá-los) e o fato de ser uma região com menos propensão a sangramentos.
Além disso, é importante observar outros fatores, como o tamanho da prótese. Volumes exagerados podem aumentar a pressão sobre glândulas mamárias e os dutos, prejudicando a funcionalidade dessas estruturas.
A melhor opção é, sempre, conversar abertamente com seu médico. Caso tenha planos de engravidar no futuro ou ainda seja jovem e exista a possibilidade de mudar de ideia posteriormente, é melhor optar por uma incisão que mantenha as portas abertas para qualquer decisão que você queira tomar.
Por que é importante não desistir de amamentar?
Como você viu, colocar silicone não contamina o leite materno e nem impede a amamentação. Porém, não tenha uma visão romântica desta situação. Amamentar é desafiador para praticamente todas as mulheres, independente da presença de uma prótese.
Então, ao decidir amamentar, foque nos seguintes aspectos para se motivar a vencer todos os obstáculos:
Benefícios do leite materno para o bebê
A amamentação é um dos pilares fundamentais para o desenvolvimento saudável do bebê, oferecendo uma série de benefícios que vão além da nutrição básica. O leite materno é frequentemente descrito como o alimento perfeito para o recém-nascido e ao longo do primeiro ano de vida, pois contém todos os nutrientes essenciais necessários para seu crescimento e desenvolvimento.
Ele é rico em anticorpos que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê, protegendo-o contra infecções e doenças comuns. Além disso, o leite materno é facilmente digerido, o que reduz a incidência de problemas digestivos. Estudos mostram que crianças amamentadas têm menor risco de desenvolver alergias, obesidade e diabetes tipo 2 no futuro.
Benefícios da amamentação para a mamãe
A amamentação oferece uma série de benefícios significativos para a saúde e o bem-estar da mãe. Inicialmente, o ato de amamentar ajuda a liberar hormônios como a oxitocina, que promove a contração do útero após o parto, ajudando-o a retornar ao tamanho normal mais rapidamente e reduzindo o risco de hemorragia.
Além disso, a amamentação pode contribuir para a perda de peso pós-parto, pois o processo de produção de leite queima calorias extras. Portanto, mesmo com uma rotina atarefada que nem sempre permite a prática de exercícios, amamentar facilita a manutenção daa boa forma.
No longo prazo, estudos indicam que mulheres que amamentam têm um risco reduzido de desenvolver certos tipos de câncer, como o câncer de mama e de ovário. A amamentação também pode diminuir o risco de osteoporose e doenças cardiovasculares.
Benefícios psicológicos da amamentação
Além dos benefícios físicos, a amamentação fortalece o vínculo emocional entre a mãe e o bebê, promovendo sentimentos de conexão e realização. Este vínculo emocional pode melhorar o bem-estar psicológico da mãe, reduzindo o risco de depressão pós-parto.
Em resumo, a amamentação é uma prática que beneficia tanto a saúde física quanto emocional da mãe, contribuindo para uma recuperação mais saudável e uma experiência de maternidade mais gratificante.
Em caso de dificuldade, busque suporte profissional
Se surgirem dificuldades durante a amamentação, buscar o auxílio de um lactacionista ou pediatra pode ser extremamente benéfico. Esses profissionais podem oferecer orientação e suporte prático, ajudando a superar desafios e garantindo que a mãe e o bebê aproveitem ao máximo os benefícios do aleitamento.
Nós sabemos que, quando nasce uma mãe, nasce uma culpa. Então, diante de dificuldades, muitas mulheres tendem a se sentir arrasadas, como se estivessem fazendo algo errado. Esse sentimento é reforçado por mulheres que, sem cuidado, contam seus relatos de sucesso na amamentação e, de certa forma, colocam essas mães em posição de vulnerabilidade.
O que muitas não sabem, no entanto, é que isso é muito mais comum do que imaginamos. Muitas mulheres passam por esse problema e, ao buscarem suporte adequado, descobrem na amamentação uma experiência gratificante e positiva, inclusive utilizando implantes de silicone.
Agora você já sabe qual é o impacto da prótese de silicone sobre a amamentação e produção do leite materno. Gostou do artigo? Ficou com alguma dúvida? Siga nossos perfis no Instagram e Facebook para acompanhar outros conteúdos como esse!
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