Você sabe, tanto quanto nós, quantos tabus existem a respeito de todos os assuntos que tocam, mesmo que minimamente, no tema sexualidade. Isso torna vários temas quase que proibidos e nos priva de conhecimentos importantes, como os cuidados com a higiene íntima.
Porém, aqui neste blog, o nosso objetivo é justamente quebrar esses tabus. Então, continue a leitura e desvende alguns tabus sobre este assunto tão importante, que impacta nossa saúde física e sexual.
Fatos e mitos sobre a higiene íntima
1. Preciso de um sabonete específico para a higiene íntima?
Mito. Você não precisa de um sabonete específico, mas isso não significa que deve utilizar um sabonete comum na região da sua vulva e vagina. Esta área do corpo deve ser lavada apenas com água.
Ao tomar seu banho, é importante realmente lavar a região anal com sabonete, retirando qualquer vestígio de excrementos. Porém, na região íntima, no órgão sexual feminino, não se deve utilizar substâncias químicas.
Nossa região íntima possui uma delicada flora composta por bactérias. Quando em equilíbrio, essas bactérias desempenham funções benéficas à nossa saúde, mantêm o grau de acidez ideal e, inclusive, controlam o cheiro.
Ao utilizar sabonetes normais, cometemos uma agressão a esta flora. Ela se desequilibra, ficamos mais sujeitas a infecções e o cheiro também muda, se torna mais forte.
Sabonetes específicos não causam um estrago tão grande, mas, quer saber a verdade? Eles são desnecessários. Experimente: lave sua região íntima por duas semanas apenas com água. Você vai ver a diferença.
2. Existe jeito certo de lavar a região íntima?
Fato. Existe uma forma correta tanto de lavar a região íntima quanto de limpá-la após ir ao banheiro, e isso faz toda a diferença.
Vamos lembrar que, quando falamos em região íntima, estamos nos referindo aos órgãos genitais: vulva, clitóris, vagina, uretra, grandes e pequenos lábios, e assim por diante.
Porém, no momento do banho ou de se limpar após irem ao banheiro, muitas mulheres emendam a limpeza da região íntima com a da região anal. Isso exige alguns cuidados imprescindíveis.
Algumas bactérias provenientes do intestino podem contaminar a região íntima, causando infecções. Por isso, no banheiro, o sentido da limpeza deve ser sempre de frente para trás, e não o contrário.
Já no banho, a recomendação é usar a água e a mão para lavar a região íntima e limpá-la bem. Só depois usar o sabonete para usar a região anal. Esta ordem evita a contaminação.
3. É verdade que nunca se deve lavar a vagina?
Fato. Talvez você tenha ficado chocada com esta resposta. Afinal, como brasileiras, se tem um cuidado que nós temos é com a nossa higiene. Gostamos de tomar banho e ser cheirosas, não é mesmo?
Porém, nós confundimos a vagina com a vulva. A vulva é a área externa da região íntima. Ela, sim, deve ser lavada diariamente. Aliás, muitas de nós adoramos tomar dois banhos por dia, não é mesmo?
No entanto, a vagina é um órgão interno. É o canal que recebe o membro masculino na relação sexual, por onde sai a menstruação e também o bebê.
É esse canal interno que nós não devemos lavar. Não precisa jogar água lá dentro, esfregar com os dedos ou fazer qualquer esforço para a limpeza, simplesmente porque a vagina já é autolimpante.
Mesmo que você não use sabonete, a presença de água e a fricção na vagina retira parte da mucosa natural deste local, bem como as bactérias que protegem este órgão.
Quando realizamos qualquer ação que desequilibra essas bactérias, a vagina fica mais sujeita à infecção por fungos, como os que provocam a candidíase.
Esqueça a ideia de que a vagina é suja, porque ela não é. Quando cuidada da forma correta, ela tem um cheiro característico, mas não forte, e não precisa de sabonetes, fricção ou qualquer outra ação de limpeza.
Duchas vaginais só devem ser realizadas sob orientação do médico, em situações bastante específicas.
4. Absorvente interno faz mal à vagina?
Mito. Não existem evidências científicas de que o absorvente interno faz mal, desde que utilizado da forma correta.
Portanto, entre os cuidados com o uso do absorvente está a higienização das mãos antes mesmo de abrir a embalagem para que ele não seja contaminado, bem como a retirada no tempo correto.
Algumas mulheres sofrem com infecções bacterianas agudas após utilizarem absorventes internos. Trata-se da Síndrome do Choque Tóxico (SCT), que pode levar à amputação de membros ou à morte.
Porém, isso só ocorre quando a mulher não faz a troca do absorvente no momento adequado e prolonga a permanência dele no canal vaginal por mais de 8 horas ou até mesmo por dias.
De forma geral, o absorvente interno tende a ser melhor que o externo, pois este segundo, embora utilizado por muitas de nós, abafa a região íntima, criando um ambiente ideal para a proliferação de bactérias.
Atualmente, também existem os coletores de silicone, que conseguem conter a menstruação e ainda se mostram uma alternativa mais sustentável, visto que são reutilizados por um bom tempo.
5. Protetor diário para a calcinha ajuda na higiene íntima?
Mito. Definitivamente, o protetor diário não é uma boa ideia e não contribui para a higiene íntima. Ele só prejudica a saúde desta região.
Como o absorvente externo, ele abafa a área íntima. Ocorre um acúmulo de umidade, as bactérias aumentam em uma quantidade que pode levar ao desequilíbrio, entre outros problemas.
No entanto, algumas mulheres têm muito corrimento e secreção. Assim, elas se sentem desconfortáveis para sair sem protetor.
Se esse é o seu caso, consulte o seu médico. Preferencialmente, encontrem uma solução para o corrimento e, só em último caso, com a orientação deste profissional, apele para os protetores diários.
6. Bolinhas explosivas fazem mal à saúde íntima?
Fato. Durante alguns anos, as bolinhas explosivas se transformaram em uma febre. Elas prometiam apimentar a vida sexual com cores, aromas e sensações diferentes.
Hoje, essas bolinhas já não causam o mesmo frisson de antes, mas, ainda assim, elas são compradas por pessoas que desejam trazer algumas novidades para os momentos de intimidade.
Porém, essas bolinhas não são adequadas para uma boa saúde vaginal. Elas contêm corantes e aromatizantes que agridem a flora da região íntima.
Além disso, as bolinhas são formadas por uma cápsula gelatinosa que, ao estourar, cola na parede da vagina ou até mesmo no colo do útero. Isso pode causar infecções e cândida.
Portanto, se você realmente deseja usar essas bolinhas, pense em outras maneiras criativas, que não envolvam sua introdução no canal vaginal. Elas podem, inclusive, ser usadas na massagem.
7. Existem calcinhas que fazem mal?
Fato. O próprio fio dental é um modelo de calcinha que não favorece a higiene íntima, pois fica em contato direto com a região anal e a vagina.
Basta você pensar nas diferenças. Uma calcinha normal, com mais pano na região do bumbum, é afastada do ânus pelo volume dos glúteos. Assim, ela tem pouco ou nenhum contato direto.
Já na calcinha fio dental, o contato é direto e a peça se desloca um pouco conforme nos movimentamos durante o dia. Ela forma uma verdadeira passarela entre a região anal e a vulva, e por essa passarela circulam bactérias.
Portanto, o ideal é usar uma calcinha maior. Ela não precisa ser gigante, mas ter tecido suficiente para que o bumbum seja uma barreira e ela não permita o contato direto com o ânus.
Além disso, quanto mais respirável for a calcinha, melhor para a região íntima. Então, por mais que as calcinhas de renda sejam lindas e outras, com bastante elastano, fiquem coladinhas ao corpo, as de algodão sempre serão as melhores.
8. Excesso de pele pode prejudicar a higiene íntima?
Fato. A vulva é uma região cheia de dobrinhas. Consequentemente, pode ser um desafio limpá-la completamente. É preciso usar as mãos, ter uma certa paciência e muito cuidado.
Porém, para algumas mulheres, este desafio é maior. Afinal, elas têm mais tecido nessas dobras, seja porque desenvolveram uma flacidez nesta pele ou porque seus pequenos lábios são hipertrofiados, maiores que o normal.
Tanto o excesso de pele quanto o aumento dos lábios têm ainda outros impactos na vida da mulher. Eles podem causar dores durante a relação sexual, por exemplo, devido à fricção excessiva.
Também a fricção causa fissuras na pele, deixando uma porta aberta para a entrada de bactérias e o desenvolvimento de infecções.
Por todos esses motivos, hoje muitas mulheres realizam a ninfoplastia. Trata-se de um procedimento rápido e seguro, que permite fazer essas correções e melhorar tanto a higiene íntima quanto a saúde sexual.
Além dos benefícios que esta cirurgia proporciona, ela é extremamente discreta. Ninguém precisa saber do procedimento, pois sua recuperação é rápida e não há sinais visíveis.
Assim, muitas pacientes fazem a cirurgia na sexta-feira à tarde, por exemplo, e voltam a trabalhar normalmente na segunda-feira pela manhã. As poucas restrições se referem à retomada da atividade sexual, além de cuidados com a higiene.
Quer saber mais sobre a ninfoplastia, como ela é feita e seus benefícios à saúde da mulher? Então, continue aqui no blog e confira nosso post sobre a cirurgia plástica íntima.
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