Colocar silicone é uma das cirurgias mais seguras que existem. As intercorrências, tanto durante o procedimento quanto no pós-operatório, são raríssimas. No entanto, nenhum médico pode prometer a você que um problema como a embolia pulmonar não ocorrerá.
Mas afinal, o que é a embolia pulmonar? Ela costuma acontecer com as pacientes que colocam silicone? É possível evitar esta intercorrência? Quais são as suas consequências?
Você vai descobrir todas essas respostas neste post. Então, continue a leitura e nós contamos tudo o que você precisa saber!
Entenda o que é a embolia pulmonar
A embolia pulmonar é uma condição médica bastante séria. Ela é caracterizada pelo bloqueio de uma ou mais artérias nos pulmões por um coágulo sanguíneo, também chamado de trombo.
Como a artéria está bloqueada, não ocorre o fluxo sanguíneo normal para partes dos pulmões. Assim, há uma redução da oxigenação do sangue e potencial dano ao tecido pulmonar.
Geralmente, o trombo se forma bem longe dos pulmões, nas veias profundas das pernas ou da pelve. Esses trombos podem se desprender do local onde se formaram e viajar através da corrente sanguínea até os pulmões, onde ficam presos, causando a embolia.
O principal papel do coração é bombear sangue para os pulmões através da artéria pulmonar. Nos pulmões, o sangue recebe oxigênio antes de ser distribuído para o resto do corpo.
No entanto, se um coágulo bloqueia uma artéria pulmonar ou seus ramos, parte do tecido pulmonar pode não receber oxigênio suficiente. Se o bloqueio for significativo, ocorre uma redução na capacidade dos pulmões de fornecer oxigênio ao sangue.
Como o processo de oxigenação do sangue e sua distribuição não ocorre normalmente, a pessoa passa a ter sintomas como falta de ar e dor torácica.
Além disso, o coração continua enviando sangue para o pulmão. Como esse sangue fica represado, a embolia pulmonar pode aumentar a pressão nas artérias pulmonares e no lado direito do coração, o que pode levar a complicações cardíacas.
A gravidade da embolia pulmonar depende de diversos fatores: o tamanho do coágulo, a quantidade de tecido pulmonar afetado e a presença de condições subjacentes de saúde que podem piorar o quadro do paciente.
Devido à sua gravidade e possíveis consequências, a embolia pulmonar é considerada uma emergência médica, que exige tratamento imediato. Ela compromete a função de órgãos vitais e pode, inclusive, ser uma causa de fatalidade.
Relação entre embolia pulmonar e prótese de silicone
Na verdade, não existe uma relação entre a embolia pulmonar e o silicone. Afinal, esta é uma das cirurgias em que esta intercorrência raramente acontece.
Os estudos a respeito deste assunto são raros. Porém, as pesquisas que coletaram dados referentes ao tema mostram que a incidência de embolia pulmonar (ou tromboembolismo) é de 0,69% dos pacientes de mamoplastia de aumento e de redução — um índice muito baixo.
No entanto, os médicos não pensam que “os índices são baixos, não preciso me preocupar”. Eles procuram, de todas as formas possíveis, evitar que seus pacientes sofram qualquer intercorrência.
Por isso, eles adotam uma série de cuidados, antes e depois da cirurgia, para que as pacientes que colocam silicone não tenham episódios de embolia pulmonar. Vamos contar que cuidados são esses.
Cuidados para evitar a embolia pulmonar antes da cirurgia plástica
Na verdade, uma pessoa pode ter embolia pulmonar sem realizar nenhuma cirurgia plástica. No entanto, como é possível que esses eventos ocorram após um procedimento, os médicos tomam uma série de cuidados.
O primeiro desses cuidados é orientar a paciente no pré-operatório do silicone, eliminando ou reduzindo os principais fatores de risco. Esses fatores são:
Sedentarismo ou imobilização prolongada
Permanecer deitado ou sentado por longos períodos aumenta as chances de uma embolia pulmonar. Isso acontece porque a imobilização reduz o fluxo sanguíneo das veias das pernas.
Assim, existe uma probabilidade maior de formar coágulos que, em algum momento, podem se desprender, se deslocar ao longo do sistema circulatório e obstruir uma artéria pulmonar.
Até mesmo em voos e viagens longas a pessoa pode ter um quadro de embolia pulmonar. Inclusive, a formação de trombos nessas condições é chamada de Síndrome da Classe Econômica, pois a pessoa passa muito tempo sentada e em um espaço reduzido, em que não consegue se movimentar.
Histórico de trombose venosa profunda (TVP) ou embolia pulmonar
Quem já teve um desses episódios anteriormente tem muito mais chances de sofrer uma embolia pulmonar ao realizar uma cirurgia. No entanto, o médico pode reduzir este risco com o uso de medicamentos e outros recursos.
Por isso, não esconda sua condição do cirurgião plástico. Durante a sua consulta de avaliação, relate a ele se você já teve algum episódio de trombose venosa profunda ou de embolia pulmonar. Isso pode salvar sua vida!
Tabagismo aumenta o risco de embolia pulmonar
O cigarro é um dos principais fatores de risco quando falamos de embolia pulmonar. Afinal, ele impacta a coagulação sanguínea e saúde vascular de diversas formas.
Em primeiro lugar, o cigarro aumenta a viscosidade do sangue. Como se torna mais espesso, ele circula lentamente e se aglutina com maior facilidade, formando coágulos.
Além disso, os vasos sanguíneos ficam mais estreitos e reduzem sua flexibilidade. Portanto, mais uma vez, será difícil para o sangue circular de forma adequada.
Finalmente, as substâncias presentes no cigarro danificam o endotélio, o tecido que reverte internamente os vasos sanguíneos. Para corrigir o dano, o corpo cria um processo inflamatório, envia plaquetas para o local, o que pode iniciar a formação de coágulos.
Como você pode ver, cada um desses resultados do cigarro já é muito ruim e predispõe a pessoa à embolia pulmonar. Porém, como se isso não bastasse, eles formam uma combinação bombástica para o indivíduo.
Parar de fumar é, sem dúvida, uma das principais medidas para evitar a embolia pulmonar. Esse é um dos motivos pelos quais os pacientes recebem esta orientação do cirurgião plástico para o pré-operatório.
Obesidade é um fator de risco para embolia pulmonar
Assim como o cigarro, a obesidade é outro fator que aumenta muito o risco de embolia pulmonar. Em primeiro lugar, o excesso de peso exerce pressão adicional sobre as veias das pernas, o que dificulta o retorno do sangue ao coração e promove a estase venosa.
A estase venosa é uma condição em que o sangue passa mais tempo parado dentro da veia ou com pouca movimentação. Como o sangue não circula, ele adere facilmente a outras células, substâncias e ao próprio endotélio, propiciando a formação de coágulos.
Além disso, a obesidade está frequentemente associada a um estado inflamatório crônico e a alterações nos níveis de substâncias que regulam a coagulação do sangue. Tudo isso também aumenta a tendência à formação de trombos.
Finalmente, pessoas obesas também têm maior probabilidade de apresentar outras condições de saúde, como hipertensão e diabetes tipo 2, que podem contribuir indiretamente para o risco de embolia pulmonar.
Portanto, manter o peso saudável através de dieta e exercícios é crucial para reduzir o risco de complicações tromboembólicas, incluindo a embolia pulmonar. Se você conseguir chegar à cirurgia plástica com um peso menor e estável, as chances de evitar uma intercorrência são maiores.
Cirurgias recentes podem desencadear a embolia pulmonar
Se você fez cirurgias recentes, é muito importante comunicar seu médico. Procedimentos realizados há pouco tempo, principalmente quando envolvem pernas, quadril e abdômen, podem aumentar a formação de coágulos.
Isso ocorre porque, após a cirurgia, o paciente fuca imobilizado. Além disso, para a recuperação do indivíduo, o corpo produziu uma resposta inflamatória que também facilita a coagulação.
Condições médicas que favorecem a embolia pulmonar
Finalmente, vamos falar das condições médicas que afetam a circulação e coagulação do sangue, aumentando as chances de uma embolia pulmonar.
A primeira delas não é uma doença, e sim uma condição que muitas mulheres passam: gravidez e pós-parto. Mudanças hormonais, bem como o aumento do peso da barriga, que pressiona as veias das pernas e dificulta a circulação, são fatores que favorecem o surgimento de coágulos.
Além disso, existem doenças que alteram o padrão de circulação e podem facilitar a coagulação. Entre elas, destacamos o câncer, insuficiência cardíaca, distúrbios hereditários de coagulação e doenças autoimunes.
Tratamentos médicos que exigem o uso prolongado de hormônios, como terapia de reposição hormonal e até mesmo o uso de anticoncepcionais orais também podem aumentar este risco.
Medidas para evitar a embolia pulmonar
O primeiro passo para evitar embolia pulmonar é reduzindo os riscos no período pré-operatório. Portanto, ao se preparar para o silicone, é importante que a paciente pare de fumar, mantenha um bom peso corporal, suspenda determinados remédios etc.
Durante e após o procedimento, o médico também toma uma série de medidas, que são um protocolo de prevenção. Ele inclui meias anti-trombose, que pressionam a perna empurrando o sangue para cima e compressor pneumático intermitente das pernas.
Quando os exames da paciente e seu histórico clínico indicam um risco maior, o cirurgião pode indicar uma profilaxia medicamentosa. Portanto, ele prescreve remédios anticoagulantes, que impedem a formação de trombos.
Finalmente, nós destacamos a importância da recuperação ativa. A paciente evita a imobilidade exagerada, caminhando primeiro pelo quarto e depois em sua casa, sempre em superfícies planas.
A recomendação é de andar entre 3 a 5 minutos para cada hora de descanso. Essa movimentação intencional, que recebe também o nome de deambulação, é fundamental para evitar complicações.
Viu como você não precisa ter medo da embolia pulmonar? Basta tomar esses cuidados antes e após a cirurgia para ter um pós-operatório tranquilo e realizar seu sonho sem preocupações.
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