Muitas pessoas confundem a cicatriz hipertrófica com queloide e temem essas complicações após um procedimento ou cirurgia plástica.
Mas será que o queloide e a cicatriz hipertrófica são a mesma coisa? É possível evitá-los?
Você vai descobrir a resposta para essas e outras perguntas neste post. Então continue a leitura!
O que é uma cicatriz hipertrófica?
Você provavelmente já ouviu sobre todos os benefícios do colágeno, não é mesmo?
Afinal, ele é enaltecido como uma proteína que faz bem à pele, promove o rejuvenescimento e ajuda a pele a cicatrizar mais rápido.
Mas até o colágeno, que tem tantos benefícios, pode causar problemas no processo de cicatrização.
Um deles é justamente a cicatriz hipertrófica, que é uma deformação do tecido que surge para fechar uma lesão, como um corte cirúrgico.
Nesses casos, o organismo não consegue depositar o colágeno na ferida de forma organizada. As fibras ficam desalinhadas.
A cicatriz hipertrófica também acontece devido a uma desorganização na produção de colágeno.
Por isso, a cicatriz fica grossa, alta, larga e feia. Geralmente, o tecido também se torna endurecido, causando incômodo estético e funcional.
Porém, muitas pessoas confundem a cicatriz hipertrófica com o queloide. Veja algumas características para saber diferenciar:
A cicatriz hipertrófica não é tão intensa quanto o queloide
Apesar de deixar o local da cirurgia com um aspecto não muito agradável, a cicatriz hipertrófica é menos intensa que o queloide.
Uma das diferenças entre elas é que a cicatriz hipertrófica pode ficar alta, grossa, endurecida, como nós dissemos.
Porém, a cicatriz hipertrófica nunca ultrapassa as bordas do próprio corte. Ela se limita ao local da lesão.
Isso não acontece com o queloide, que ultrapassa os limites da lesão e, até mesmo por isso, pode exigir uma nova cirurgia para correção.
A cicatriz hipertrófica pode acontecer com qualquer pessoa
Infelizmente, a cicatriz hipertrófica pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer cirurgia ou até mesmo em um corte acidental.
Isso é diferente do queloide. Afinal, ele costuma acontecer com pessoas que têm predisposição genética para desenvolver o problema.
A cicatriz hipertrófica pode regredir
Não é sempre que a cicatriz hipertrófica regride sozinha, porém isso pode acontecer.
Essa é uma boa notícia para os pacientes, embora seja importante procurar o médico para fazer um acompanhamento e seguir o tratamento.
A cicatriz hipertrófica permite um tratamento mais simples
É possível tratar a cicatriz hipertrófica com procedimentos mais simples. Entre eles, podemos destacar alguns produtos tópicos, como pomadas.
Em alguns casos, inclusive, a paciente nem precisa de medicação.
Para vários pacientes, basta manter o local sob pressão com uma fita de silicone para degradar o colágeno em excesso.
Agora você já sabe o que é uma cicatriz hipertrófica.
Porém, como muitas pessoas confundem este problema com o queloide, também vamos explicá-lo para você entender a diferença.
O que é um queloide?
Assim como na cicatriz hipertrófica, o colágeno é o vilão da formação de queloides.
Porém, neste caso, o corpo não só deposita o colágeno de forma desorganizada. Ele fabrica colágeno em quantidade exagerada.
Devido a isso, o tecido que se forma no local da lesão começa a crescer descontroladamente.
Além do incômodo estético, o queloide causa vermelhidão, coceira e, em alguns pacientes, até mesmo dor.
Veja algumas características que diferenciam o queloide da cicatriz hipertrófica:
O queloide ultrapassa as bordas da ferida
Este novo tecido se torna tão grande que não fica apenas mais alto que a ferida. Ele ultrapassa suas bordas lateralmente.
Para a paciente, o queloide dá a impressão de que a ferida “transbordou”, formando contornos e alturas irregulares. A cicatriz fica muito feia em alto-relevo.
O queloide pode aumentar com o tempo
Sim, isso pode acontecer. O corpo continua produzindo colágeno nesta região indefinidamente.
Assim, mesmo depois de anos, a cicatriz continua crescendo e invadindo os espaços à sua volta. Esse processo pode durar muito tempo.
O queloide surge em pacientes com predisposição genética
Uma grande diferença entre o queloide e a cicatriz hipertrófica é que o queloide só acontece quando a pessoa tem uma predisposição genética.
Inclusive, algumas etnias são mais propensas ao queloide. Entre elas, destacamos as pessoas asiáticas, de pele preta e hispânicas.
Em grande parte das vezes, as pessoas que fazem uma cirurgia plástica já sabem se têm predisposição ao queloide ou não.
Isso acontece porque muitas delas já tiveram algum corte ou lesão ao longo da vida e o problema apareceu.
Assim, se você sabe de sua tendência a queloides, não deixe de avisar o médico durante a consulta. Isso é fundamental para evitar complicações futuras.
O tratamento de queloides é mais complexo
Existem cremes para tratamento de queloides. O objetivo deles é reduzir a produção de colágeno e, desta forma, diminuir o volume da cicatriz.
Porém, geralmente o queloide exige uma intervenção mais complexa. O médico pode prescrever desde procedimentos até cirurgia.
Um dos procedimentos mais recomendados para o tratamento de queloides é a betaterapia.
Assim, a paciente faz um tratamento com placas que emitem uma radiação localizada para conter este tecido desorganizado.
Muitos médicos também aplicam injeções de corticoides para conter a formação e aumento do queloide.
No entanto, alguns casos de queloides são resolvidos apenas com remoção cirúrgica.
Além disso, para que a cicatriz da nova cirurgia não desenvolva queloides, a paciente precisa fazer todos esses tratamentos desde o princípio.
É possível evitar queloides e a cicatriz hipertrófica?
Como o queloide está mais relacionado a uma tendência genética, é mais difícil evitá-lo.
Porém, se a paciente faz acompanhamento com o médico após a cirurgia, o profissional detecta os primeiros sinais e inicia o tratamento rapidamente.
Assim, ele consegue conter o crescimento exagerado do tecido cicatricial e impede que o queloide se desenvolva.
No entanto, tanto em relação ao queloide quanto à cicatriz hipertrófica, é muito importante que a paciente tome todos os cuidados recomendados no pós-operatório.
Afinal, o médico faz seu trabalho e conduz a cirurgia com toda a perícia.
Porém, o bom resultado não depende do que aconteceu apenas no momento do procedimento.
O cuidado da paciente, o fato de cumprir o repouso da maneira adequada e o uso do sutiã cirúrgico facilitam a cicatrização.
Por outro lado, o descuido, falta de repouso e negligência no uso dos acessórios pós-cirúrgicos prejudicam o resultado do procedimento.
Então veja o que você pode fazer para evitar esses problemas e ter uma cicatriz bonita e quase invisível:
Fique atenta à sua cicatrização antes da cirurgia
Se você nunca fez uma cirurgia antes, talvez não tenha tido a oportunidade de descobrir uma tendência a queloides.
Porém, outros ferimentos do dia a dia nos dão pistas de uma possível ocorrência deste problema.
Então traga à memória como foram seus processos de cicatrização ao longo da vida. Se algum ferimento formou uma cicatriz estranha, relate ao médico.
Além disso, converse com sua mãe, irmãs, pai e outras pessoas da família. Quando existe esta tendência, provavelmente algum deles já manifestou.
Não falte ao acompanhamento médico
Especialmente depois de colocar silicone, a paciente tem uma recuperação muito rápida e se sente muito bem.
Justamente por se sentirem assim e não terem complicações, algumas delas param de fazer o acompanhamento médico.
Porém, nós não recomendamos essa interrupção no acompanhamento. Afinal, a cicatriz inestética e principalmente o queloide podem demorar um pouco para aparecer.
No caso do queloide, por exemplo, o período médio de aparecimento varia entre 3 a 4 semanas, mas pode chegar a 4 meses.
Então se a paciente comparece ao acompanhamento médico, o médico também detecta o problema assim que ele aparece.
Com tratamento precoce, as chances de a cicatriz continuar crescendo são mínimas.
Obedeça o médico quanto aos cuidados pós-operatórios
Todos os cuidados do pós-operatório foram definidos com dois objetivos principais.
O primeiro deles é garantir a sua segurança e evitar infecções, a necessidade de novos procedimentos e assim por diante.
Já o segundo objetivo é proporcionar ao seu corpo as condições de ele promover a cicatrização o mais rápido e da melhor maneira possível.
Quando se fala em um procedimento como esse, o corpo precisa promover a cicatrização de tecidos internos e externos.
Então, para isso, ele precisa de repouso, que a paciente não faça esforços que podem abrir pontos ou dificultar a união das bordas da ferida.
O sutiã pós-cirúrgico, por exemplo, tem uma papel fundamental no pós-operatório do silicone.
Ele exerce uma compressão controlada sobre as mamas e, com isso, mantém os tecidos da região peitoral estáveis.
Portanto, se a mulher se levanta, abaixa o tronco ou faz outros movimentos normais, os tecidos da mama não se descolam durante essas atividades.
Assim, esses tecidos aderem uns aos outros com mais facilidade, o que simplifica o processo de cicatrização e evita a formação de cicatrizes inestéticas.
Não utilize acessórios ou medicamentos sem orientação médica
Todos os acessórios e medicamentos que você precisa utilizar serão recomendados pelo médico.
Portanto, ele só prescreverá pomadas, fitas de silicone ou faixa compressora se houver necessidade.
Então nada de tentar novidades por conta própria. Siga sempre as orientações do seu médico.
Agora você já sabe qual é a diferença entre cicatriz hipertrófica, queloide e as possibilidades para evitá-las ou tratá-las.
Quer saber mais sobre o pós-operatório do silicone? Continue aqui no blog e confira o post completo!
Deixe um comentário