Você sabia que o câncer de colo do útero representa um perigo maior para as mulheres do que o de mama? Apesar de o número de casos ser inferior, a remissão é mais difícil, o que aumenta sua letalidade.
Apesar deste dado preocupante, nos últimos anos surgiram notícias muito boas, especialmente no que diz respeito à prevenção do câncer de colo de útero. Continue a leitura e descubra tudo o que você precisa saber para prevenir esta doença!
O que você precisa saber sobre o câncer de colo do útero
O câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, é uma das principais causas de morte por câncer entre as mulheres, especialmente em países em desenvolvimento, onde o acesso a serviços de saúde e programas de rastreamento pode ser limitado.
A principal causa do câncer de colo do útero é a infecção pelo papilomavírus humano (HPV), um vírus sexualmente transmissível. Existem mais de 100 tipos de HPV, mas os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer cervical.
O HPV é extremamente comum. Na maioria das vezes, a mulher não tem nenhum sintoma e a infecção desaparece espontaneamente. No entanto, em alguns casos, o vírus pode persistir e levar a mudanças celulares que, às vezes, evoluem para um quadro de câncer.
Dados estatísticos mostram que aproximadamente 570.000 novos casos de câncer de colo do útero são diagnosticados anualmente em todo o mundo, resultando em cerca de 311.000 mortes. Como você pode ver, trata-se de uma alta taxa de mortalidade, maior que a do câncer de mama, o que exige nossa atenção e cuidado.
A alta mortalidade associada a este câncer está relacionada à detecção tardia. Como a infecção não apresenta sintomas e o próprio câncer, nos estágios iniciais, dá sinais inespecíficos ou inexistentes, muitas mulheres só o descobrem diante do avanço da doença.
Causas e fatores de risco do câncer cervical
Embora seja causado pela ação do HPV no organismo, alguns fatores podem aumentar o risco de desenvolver o câncer cervical. Saiba quais são eles:
Fatores genéticos predispõem ao câncer cervical
A genética não determina se a mulher terá ou não contato com o HPV. Porém, ela define como será a resposta imunológica ao vírus, o que pode predispor a uma infecção persistente e, consequentemente, à possibilidade de alteração celular e evolução para um câncer.
Tabagismo favorece o surgimento do câncer de colo do útero
O tabagismo é outro fator de risco significativo. Substâncias químicas presentes no tabaco podem causar danos ao DNA das células cervicais e enfraquecer o sistema imunológico, dificultando a eliminação do HPV.
Diversos estudos mostram que mulheres fumantes têm o dobro do risco de desenvolver câncer cervical em comparação com não-fumantes. Então, se você tem o hábito de fumar, é importante que saiba que este prazer pode ter um impacto muito grande em sua saúde.
Atividade sexual precoce e com múltiplos parceiros
O contato com diversos parceiros significa que ocorrerão muitas oportunidades de contaminação. Portanto, neste caso, o aumento do risco está relacionado à maior exposição ao HPV.
É possível evitar esta contaminação com o uso de preservativos. Porém, nós sabemos que muitas mulheres se sentem constrangidas em exigir que o parceiro coloque a camisinha, especialmente se elas desenvolvem um laço emocional com este homem.
Isso se torna ainda mais comum quando a mulher inicia sua atividade sexual cedo. Portanto, existem maiores chances de ela não se proteger e ainda se expor a uma quantidade maior de contatos, potencializando o risco.
Sistema imunológico deficiente favorece o câncer
Nosso sistema imunológico tem mecanismos tanto para combater a infecção por HPV quanto para detectar e eliminar células alteradas. Porém, se ele não está funcionando corretamente, não realizará essas tarefas, deixando o corpo suscetível tanto à infecção quanto ao câncer.
Pacientes que estão em tratamento imunossupressor, como pessoas que fizeram transplantes de órgãos ou medula, ou indivíduos com HIV / AIDS, precisam redobrar os cuidados para não se contaminarem.
Anticoncepcionais favorecem o surgimento do câncer de colo do útero
Alguns estudos sugerem que existe um risco maior de desenvolver câncer de colo do útero quando a mulher faz uso prolongado de anticoncepcionais orais.
No entanto, o uso do anticoncepcional também oferece benefícios. Por isso, antes de interromper a medicação, procure a orientação de seu médico. Ele ajudará você a analisar se existe uma convergência de fatores (genética, tabagismo etc) que torna a utilização de anticoncepcionais anormalmente perigosa no seu caso.
Falta de acesso a serviços de saúde favorece o câncer cervical
Antes de desenvolver o câncer, o HPV provoca algumas lesões no colo do útero. Se a mulher tem acesso a serviços de saúde e faz checkups com frequência, exames como o Papanicolau mostram essas lesões e permitem o tratamento antes que elas se transformem em um câncer.
Porém, quando não há acesso adequado a serviços de saúde ou ela não faz os exames regularmente, ela não descobre as lesões em um estágio pré-canceroso. Assim, quando ela tem os primeiros sintomas, a doença já evoluiu para um quadro mais grave.
Sintomas e diagnóstico do câncer de colo do útero
Os sintomas iniciais do câncer de colo do útero podem ser sutis ou inexistentes. Por isso, se a paciente aguardá-los para obter um diagnóstico, provavelmente será tarde para um tratamento efetivo.
Quando esses sinais aparecem, são sangramento vaginal anormal, dor pélvica, dor durante a relação sexual e secreção vaginal incomum.
Isso torna a detecção precoce crucial para a remissão da doença. Ela é realizada principalmente através do exame Papanicolau, que identifica alterações pré-cancerosas nas células cervicais. Este exame é recomendado regularmente para mulheres a partir dos 21 anos.
Outros métodos de diagnóstico incluem a colposcopia, que examina o colo do útero com maior detalhe, e a biópsia, que confirma a presença de células cancerosas. A detecção precoce representa um aumento significativo das chances de tratamento eficaz e cura.
Estágios do câncer de colo do útero e implicações no tratamento
O câncer de colo do útero é classificado em quatro estágios principais, conforme o grau de progressão e disseminação da doença.
No Estágio I, o câncer se restringe ao colo do útero, e o tratamento geralmente inclui cirurgia ou radioterapia. Procedimentos como a conização, que remove uma parte do colo do útero, ou a histerectomia, que envolve a remoção total do útero, podem ser realizados para eliminar o câncer localizado.
No Estágio II, o câncer se espalhou além do colo do útero, mas não atingiu a parede pélvica ou o terço inferior da vagina. Por se tratar de uma condição mais complexa, o tratamento pode incluir uma combinação de cirurgia, radioterapia e quimioterapia.
No Estágio III, o câncer se estende até a parede pélvica e/ou atinge o terço inferior da vagina, exigindo a abordagem com radioterapia e quimioterapia.
A radioterapia é utilizada tanto em estágios iniciais quanto avançados. Frequentemente, a equipe médica recomenda sua combinação com quimioterapia para aumentar a eficácia do tratamento.
A radioterapia externa e a braquiterapia (radioterapia interna) são técnicas comuns que visam destruir as células cancerosas com precisão.
Já a quimioterapia costuma ser indicada principalmente para cânceres avançados ou metastáticos. Ela pode ser usada sozinha ou em conjunto com radioterapia, utilizando medicamentos que matam células cancerosas ou impedem sua multiplicação.
No Estágio IV, o câncer se disseminou para órgãos distantes, como bexiga, reto ou pulmões. Neste caso, e o tratamento foca em quimioterapia e cuidados paliativos para controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
Felizmente, alguns tratamentos inovadores estão emergindo, como a imunoterapia, que estimula o sistema imunológico a combater o câncer, e a terapia direcionada, que ataca moléculas específicas envolvidas no crescimento e propagação do câncer.
Embora eles ainda não estejam completamente validados, muitos estudos estão investigando a eficácia dessas novas abordagens, oferecendo esperança para melhores resultados e menos efeitos colaterais.
Importância da vacinação e prevenção do câncer cervical
Não se deve brincar com nenhuma doença, mas o câncer de colo do útero pode ser ainda mais traiçoeiro, justamente por não apresentar sintomas claros. Portanto, não é prudente esperar descobri-lo. É muito importante preveni-lo e realizar os exames de rastreamento.
A prevenção do câncer de colo do útero é altamente eficaz e abrange estratégias essenciais, como a vacinação contra o HPV, programas regulares de rastreamento e práticas de prevenção cotidianas. Saiba mais nos próximos tópicos:
Vacinação contra o HPV
Este é um pilar fundamental na prevenção do câncer de colo do útero. A vacinação é recomendada para meninas e meninos a partir dos 9 anos, antes do início da atividade sexual, para garantir a máxima proteção.
Estudos mostram que a vacinação tem reduzido significativamente a incidência de infecções pelo HPV e, consequentemente, as lesões pré-cancerosas e o desenvolvimento do câncer.
Programas de rastreamento
O exame Papanicolau (ou citologia cervical) e o teste de HPV são cruciais para a detecção precoce de alterações celulares no colo do útero. O Papanicolau deve ser realizado regularmente a partir dos 21 anos de idade, detectando células anormais que podem ser tratadas antes de evoluírem para câncer.
Prevenção da contaminação
Práticas de prevenção também são essenciais não apenas para evitar a contaminação pelo HPV, mas também por outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
O uso de preservativos durante a relação sexual pode reduzir a transmissão do HPV, embora não a elimine completamente, já que o vírus pode infectar áreas não cobertas pelo preservativo.
Essas estratégias combinadas — vacinação, rastreamento regular e práticas de prevenção — podem reduzir significativamente a incidência e a mortalidade por câncer de colo do útero, melhorando a saúde e a qualidade de vida das mulheres.
Agora você já entendeu o risco que o câncer de colo do útero representa e também a importância da prevenção. Então, que tal alertar também as suas amigas? Envie o link deste artigo para elas por WhatsApp e ajude-as a evitarem este grave problema. Elas vão agradecer!
Deixe um comentário