Talvez você tenha crescido, assim como a maioria das mulheres, vendo propagandas a respeito da importância do autoexame das mamas. Mas será que esta atitude é suficiente para detectar o câncer precocemente, aumentando as chances de uma boa recuperação?
Neste artigo, vamos falar sobre isso. Você vai descobrir como fazer o autoexame, outros sinais que merecem atenção e indicam que é hora de buscar um médico e também as outras opções de procedimentos de rastreamento.
Continue a leitura e já se prepare para compartilhar essas informações tão importantes com as suas amigas!
Autoexame das mamas: saiba tudo sobre este protocolo de rastreamento do câncer
O autoexame das mamas é uma prática que muitas mulheres aprendem desde jovens, incentivadas a realizar regularmente para detectar alterações precoces que possam indicar problemas, como o câncer de mama.
Embora o autoexame seja uma ferramenta valiosa para que as mulheres conheçam seus próprios corpos e identifiquem eventuais problemas, especialistas ressaltam que esse método não deve ser realizado de forma isolada e não substitui a avaliação médica e nem os exames de rastreamento.
Como realizar o autoexame das mamas
Realizar o autoexame das mamas é simples e pode ser feito em casa. Basta seguir algumas etapas básicas:
- Frente ao espelho:
- Fique em frente a um espelho com os ombros retos e os braços ao lado do corpo.
- Observe os seios, verificando se há mudanças na forma, tamanho ou cor.
- Levante os braços e observe se há as mesmas mudanças.
- Verifique se há qualquer sinal de ondulações, retrações na pele ou no mamilo, ou alterações na aréola.
- Durante o banho:
- Levante um braço e, com a outra mão, use as pontas dos dedos para palpar a mama oposta.
- Movimente os dedos em movimentos circulares, cobrindo toda a área da mama e da axila.
- Repita o procedimento na outra mama.
- Deitada:
- Deite-se e coloque um braço sob a cabeça.
- Com a mão oposta, examine a mama do lado do braço levantado, novamente usando movimentos circulares.
- Repita o procedimento na outra mama.
Posição dos especialistas sobre o autoexame das mamas
Nos últimos anos, estudos e especialistas em saúde têm revisado a eficácia do autoexame das mamas como ferramenta isolada para a detecção do câncer de mama.
A Sociedade Brasileira de Mastologia e outras organizações internacionais apontam que, embora o autoexame possa ajudar as mulheres a estarem mais familiarizadas com seus próprios corpos, ele não é suficiente para detectar todos os casos de câncer de mama. Isso porque muitas alterações que indicam câncer não são facilmente palpáveis ou visíveis sem exames mais detalhados.
Portanto, os especialistas agora recomendam que o autoexame das mamas seja considerado um complemento, e não um substituto, para exames clínicos regulares e procedimentos de rastreamento, como a mamografia.
Então, realize o autoexame e, caso perceba qualquer anormalidade, marque imediatamente uma consulta médica. Porém, mesmo que não perceba qualquer alteração, agende seu check-up regular, a cada um ou dois anos, conforme orientação do especialista.
Efetividade do autoexame em pacientes com silicone
Uma dúvida comum entre mulheres com próteses de silicone é se os implantes atrapalham o autoexame das mamas. A resposta é que não e que, ao contrário, ele pode até mesmo facilitar esse processo.
A prótese de silicone, que fica atrás de estruturas da região do peito (glândula mamária, fáscia ou músculo peitoral) empurra o tecido mamário “para fora”. Desta forma, eventuais nódulos nas mamas podem ficar até mais palpáveis, facilitando sua identificação.
O único ponto que pode causar confusão, para mulheres com silicone, são alterações na consistência, formato e altura dos seios. Afinal, embora a contratura capsular seja rara, ela pode causar essas alterações.
Portanto, se a mulher com silicone percebe essas alterações, pode não ser um câncer, e sim uma contratura capsular. De qualquer forma, procure um médico para que ele realize uma avaliação detalhada e identifique a real causa dessas mudanças na mama.
Câncer de mama: fique atenta a esses sinais
Além o autoexame das mamas, há outros sinais de alerta que indicam a necessidade de buscar um médico para avaliar um possível diagnóstico de câncer. Identificá-los precocemente é crucial para a detecção e tratamento de possíveis problemas.
Dor nas mamas
A dor nas mamas, ou mastalgia, pode ter várias causas, incluindo alterações hormonais, cistos mamários, contratura capsular e, em casos raros, câncer de mama. Embora geralmente não esteja associada ao câncer, qualquer dor persistente deve ser avaliada por um médico para descartar outras condições.
Ondulações e retrações na pele
Ondulações, covinhas ou retrações na pele das mamas podem indicar alterações subjacentes no tecido mamário, possivelmente devido a um tumor. Se você notar qualquer alteração na textura da pele, procure um médico para uma avaliação completa.
É importante destacar que algumas mulheres com silicone podem ter uma ondulação chamada rippling. Trata-se de uma complicação rara quando a cirurgia respeitou alguns critérios técnicos, como tamanho adequado da prótese, posição de colocação compatível com o tecido mamário existente, etc.
No entanto, quando esses critérios não são respeitados, essas ondulações podem acontecer nas bordas da prótese, especialmente quando a mulher se abaixa, levanta os braços, entre outros movimentos.
Se você perceber essas ondulações, consulte seu médico. Ele pode examiná-la e encaminhá-la para uma investigação mais detalhada ou simplesmente identificar o rippling.
Secreções do mamilo
Secreções do mamilo que não estejam associadas à amamentação podem variar em cor e consistência. Qualquer secreção, desde as mais limpas (água da rocha) ou sanguinolentas, deve ser investigada por um médico.
Afinal, secreções persistentes podem ser um sinal de infecção ou outras doenças mamárias. A paciente precisa do diagnóstico preciso para realizar o tratamento e solucionar o problema.
Alterações no mamilo
Mudanças na aparência ou na posição do mamilo, como inversão, descamação ou vermelhidão, podem ser sinais de condições subjacentes. Essas alterações devem ser avaliadas por um profissional de saúde.
Endurecimento das mamas
Para mulheres com próteses de silicone, o endurecimento das mamas pode ser um sinal de contratura capsular, uma complicação em que o tecido cicatricial ao redor do implante se torna anormalmente rígido. Embora a contratura capsular não esteja relacionada ao câncer, ela requer avaliação médica para tratamento adequado.
Alterações no tamanho e na forma das mamas
Mudanças inesperadas no tamanho ou na forma das mamas podem ocorrer devido a flutuações hormonais, ganho ou perda de peso, ou condições benignas como cistos. No entanto, alterações persistentes podem ser um sinal de algo mais sério, como um tumor. Então, é importante recorrer ao médico para uma avaliação.
Sensibilidade ou inchaço prolongado
A sensibilidade ou inchaço das mamas pode ser comum durante o ciclo menstrual, mas se persistirem por um período prolongado, podem indicar um problema subjacente. Inflamação crônica ou inchaço deve ser avaliado por um médico.
Mudanças na textura da pele
A presença de uma textura de casca de laranja na pele das mamas, conhecida como “peau d’orange”, pode ser um sinal de linfedema ou inflamação nos tecidos subjacentes. Essa condição pode ser associada a câncer de mama inflamatório, um tipo raro e agressivo. Portanto, exige tratamento imediato.
Exames para rastreamento do câncer de mamas
É importante destacar que os exames periódicos não previnem o câncer de mama. Eles apenas permitem identificá-lo rapidamente para que o tratamento seja iniciado, evitando metástases e outros desdobramentos que tornem a doença incontrolável.
Por isso, além do autoexame das mamas, toda mulher precisa ir ao médico regularmente para realizar procedimentos de rastreamento. Diversos exames se enquadram nesta categoria, sendo os principais:
Mamografia
A mamografia é o exame mais comum e costuma ser muito eficaz para mulheres a partir dos 40 anos. Ele utiliza raios X de baixa dose para identificar alterações na mama.
Geralmente, os médicos recomendam a realização anual da mamografia a partir dos 40 anos para mulheres com risco médio. No entanto, pacientes com histórico familiar de câncer podem ter que iniciar este controle mais cedo e com uma frequência maior.
Ultrassonografia mamária
A ultrassonografia é útil em mulheres com mamas densas, complementando a mamografia. Utiliza ondas sonoras para criar imagens das estruturas internas da mama, ajudando a diferenciar entre cistos e massas sólidas.
Geralmente, mulheres jovens têm as mamas densas. Por isso, para elas, a ultrassonografia mamária costuma ser mais importante para rastrear um eventual nódulo do que a mamografia.
Ressonância magnética (RM) das mamas
Indicada para mulheres com alto risco de câncer, a RM utiliza um campo magnético para criar imagens detalhadas, detectando anomalias não visíveis na mamografia ou ultrassonografia. Ela é útil tanto para o rastreamento de nódulos quanto para observar a integridade da prótese de silicone.
Biópsia
Quando uma anomalia é detectada, a biópsia remove uma pequena amostra de tecido para análise microscópica, determinando se a alteração é benigna ou maligna.
Exames genéticos
Para mulheres com forte histórico familiar de câncer de mama, exames genéticos identificam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2, informando estratégias de rastreamento intensivo e medidas preventivas.
Muitas dessas pacientes recebem a recomendação de retirar o seio de forma preventiva, substituindo-os por próteses de silicone. Afinal, trata-se de um tecido mamário muito mais sujeito a alterações cancerígenas.
Em resumo, o consenso entre os especialistas, atualmente, é de que o autoexame das mamas é importante, mas não substitui a avaliação clínica e exames de rastreamento. Proteja-se! Visite seu ginecologista ou mastologista regularmente para evitar riscos.
E não se esqueça de compartilhar este artigo com as suas amigas. Afinal, elas também precisam saber como se proteger desta doença para que esta amizade dure por muitos e muitos anos!
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