Em alguns aspectos, colocar silicone é como comprar um carro ou uma casa — em algum momento, você terá que verificar se tudo está certo, mesmo que na maioria das vezes o médico apenas constate que você pode continuar tranquila.
No caso do silicone, a vantagem em relação à casa e ao carro é que a revisão da prótese raramente aponta para a necessidade de realizar algum “conserto”. Porém, quanto se trata de saúde, nós sempre preferimos prevenir problemas, não é mesmo?
Por isso, neste post, você vai descobrir qual é a importância da revisão da prótese, quando fazê-la e quais são os exames geralmente solicitados pelo médico. Então, prepare-se para cuidar com carinho ainda maior do seu corpo e dos seus seios!
Quando a paciente precisa fazer a revisão da prótese?
Na verdade, nós não precisamos fazer apenas a revisão da prótese. Tudo em nosso corpo precisa de um check-up periódico, não é mesmo? Vamos ao ginecologista anualmente. A partir dos 40 anos, avaliamos as condições dos nossos ossos e assim por diante.
Da mesma forma, nós vamos ao médico para avaliar os nossos seios e verificar se não há nenhum nódulo ou cisto que precise de tratamentos específicos. O mesmo acontece com a prótese de silicone.
Aliás, quando vamos ao ginecologista para fazer o nosso check-up periódico, geralmente ele pede exames de imagem das mamas, como a ultrassonografia ou a mamografia.
Pode ser que, em muitos casos, o seu médico faça a revisão da prótese através desses exames. Depois de algum tempo, é possível que ele peça exames adicionais, como a ressonância magnética.
Qual é a importância da revisão da prótese?
As complicações relacionadas à prótese são bastante raras. Portanto, é provável que, na maioria das vezes, ela não exija nenhum tipo de intervenção após os exames.
No entanto, a revisão da prótese pode ser importante para detectar processos de rejeição ou ainda problemas com o próprio implante.
Quando a paciente coloca a prótese, o organismo gera uma reação à presença deste objeto. Os tecidos da mama têm contato com o implante e geram um alerta para o sistema imunológico.
A partir deste alerta, o sistema imunológico começa a criar uma camada para separar o silicone dos tecidos do seio. Trata-se de uma membrana fina, formada por colágeno e fibras, que envolve a prótese. Isso é normal.
O que não é normal é o fato de que, em algumas mulheres, esta reação acontece de maneira exagerada. Assim, o organismo forma uma membrana cada vez mais grossa e rígida em volta da prótese, que começa a pressioná-la.
No princípio, esse processo ocorre de forma silenciosa, ou seja, a paciente não tem nenhum sintoma — não sente dor e nem alterações no formato e consistência das mamas. Portanto, o médico não tem como adivinhar que isso está acontecendo.
Por isso, a paciente precisa fazer a revisão da prótese para, se for o caso, detectar esse processo precocemente. Desta forma, o médico a orientará para a realização de um tratamento ou para a retirada / troca da prótese.
A revisão também é importante para detectar uma possível ruptura da prótese. Embora esses dois eventos sejam raros — tanto a contratura capsular quanto o rompimento do implante — é melhor fazer os exames para ter certeza de que tudo está bem.
Qual é o intervalo para a revisão da prótese?
A prótese, em si, não precisa de revisões tão frequentes. O período varia de acordo com o médico, mas você pode esperar que o cirurgião solicite esses exames entre 3 e 5 anos após a colocação do implante. Depois, essas avaliações podem ser anuais ou bianuais, dependendo da sua condição clínica.
No entanto, a maioria das mulheres não passa tantos anos sem realizar os exames de imagem. Afinal, elas precisam fazer o protocolo de prevenção ao câncer de mama anualmente ou a cada 2 anos.
Por isso, mesmo que indiretamente, as próteses passam por uma revisão muito mais frequente. Nesses momentos, caso seu ginecologista perceba qualquer alteração nos exames, ele orientará você a procurar um cirurgião plástico.
Lembre-se, ainda, de que suas visitas ao médico devem ser mais frequentes caso sua família possua um histórico importante de câncer de mama. A prótese não está relacionada ao desenvolvimento da doença, mas a genética e os hábitos, sim.
Preciso fazer a revisão da prótese. Como proceder?
O primeiro passo para fazer a revisão da sua prótese é uma consulta médica. O cirurgião pode ou não fazer a palpação da mama na clínica. Outras vezes, ele solicitará primeiramente os exames de imagem.
Os exames geralmente solicitados pelo médico são:
Ultrassonografia para revisão da prótese
A ultrassonografia é um dos principais exames realizados para avaliar as mamas, seja com ou sem silicone. Afinal, ela usa ondas de ultrassom para detectar nódulos e verificar a estrutura normal dos seios.
Este exame também permite que o médico consiga detectar se a prótese tem algumas alterações, como rupturas mais evidentes ou a contratura capsular.
Assim como acontece na prevenção do câncer de mama, a ultrassonografia é especialmente útil para mulheres jovens, que possuem as mamas densas.
Após os 35 anos, mesmo que a mamografia permita visualizar bem os tecidos da mama, é comum o médico solicitar a ultrassonografia como um exame complementar.
Mamografia na revisão da prótese
Especialmente a partir dos 35 anos, a mamografia se torna um exame praticamente indispensável para mulheres. Além de permitir analisar a estrutura das mamas, possíveis nódulos ou tumores, ela também proporciona a visualização da prótese.
O silicone não impede que a mamografia faça boas imagens do tecido mamário. No entanto, você sempre deve avisar ao técnico que está operando o equipamento que você tem prótese.
Desta forma, ele posicionará o equipamento de forma adequada para permitir uma visualização melhor, tanto da mama quanto do próprio implante.
Ressonância magnética na revisão da prótese
A ressonância magnética é, provavelmente, o único exame que a mulher passa a fazer com uma frequência um pouco maior quando coloca silicone.
Trata-se de um exame de imagem mais preciso e detalhado. Portanto, se a ultrassonografia e a mamografia mostram rupturas evidentes, a ressonância mostra até mesmo rompimentos muito pequenos.
A principal diferença é que, em uma mulher sem silicone, o médico raramente pede a ressonância magnética. Ele só faz isso quando existe uma suspeita de diagnósticos específicos.
Já a mulher com silicone realiza o exame com mais frequência, justamente para monitorar as condições da prótese com precisão.
A revisão evita a troca da prótese?
Se o organismo está criando uma membrana grossa e rígida em volta da prótese ou se o implante apresenta ruptura, a revisão não evita esses problemas. Ela apenas sinaliza o que está acontecendo, para que o médico oriente sua paciente quanto à melhor decisão.
Uma contratura leve pode ser tratada com massagens e medicamentos. Já uma contratura séria exige a retirada ou substituição do implante de silicone.
No entanto, falando honestamente, essa necessidade de troca é bastante rara, atualmente. Dificilmente o implante gera esta reação tão extrema do organismo e a maioria das pacientes permanece por 20, 30 anos com a mesma prótese.
E estamos falando em 20 ou 30 anos porque as próteses com superfície texturizada são relativamente novas. Não há mulheres que estão com elas no organismo há 50 ou 60 anos.
Porém, é possível que, daqui a algumas décadas, possamos dizer que as mulheres passaram o restante da vida sem trocá-las. Os fabricantes estão desenvolvendo novas tecnologias justamente com esse objetivo.
Que outros sintomas apontam para a necessidade de revisão da prótese?
Como já falamos, normalmente a revisão da prótese ocorre de maneira periódica. Porém, existem algumas situações ou sintomas nas quais a paciente deve buscar o médico para realizar esses exames:
Faça revisão da prótese em caso de acidente
É bastante difícil romper uma prótese, pois elas possuem um revestimento muito resistente. No entanto, existem algumas situações que podem, sim, causar uma ruptura.
Entre esses eventos, nós destacamos acidentes significativos, especialmente quando a paciente sofre uma pancada forte no peito. Não é comum, mas pode haver uma ruptura.
Então, se você sofreu um acidente de carro e o volante pressionou o seu peito, se teve uma queda muito forte, ou ainda se, infelizmente, passou por um episódio de violência e agressão, procure o cirurgião.
É melhor fazer alguns exames e descobrir que a prótese está íntegra do que negligenciar esta avaliação e permanecer com uma prótese rompida.
Apesar de ser um cuidado importante, tenha calma. Se a sua prótese é moderna, fabricada recentemente, provavelmente ela é preenchida com gel de silicone de alta coesividade.
Isso significa que, mesmo se ela apresentar uma ruptura, o silicone não escorre pelo corpo, pois não tem uma consistência líquida.
Busque o médico caso perceba anormalidades no formato e consistência da mama
A prótese de silicone não altera a consistência da mama. Portanto, ela permite um toque bastante natural. Além disso, se você fez o seu procedimento com um bom cirurgião, ela ficará simétrica, com um formato harmonioso.
Caso você perceba qualquer alteração nessas características da mama, procure o médico. Um seio ficou mais alto que o outro, apresentando simetria? Agende sua consulta. Consegue sentir o revestimento da prótese um pouco mais endurecido? Converse com seu médico.
Essas são algumas das alterações que podem sinalizar uma contratura capsular. Mais uma vez, embora essas reações sejam raras, é importante você conhecê-las e saber qual é o momento de buscar uma revisão da prótese.
E você, já sabia que precisava fazer revisão da prótese? Quer mais informações sobre o universo da cirurgia plástica, estética, beleza, saúde feminina e outros temas do nosso interesse? Siga nossos perfis no Instagram e Facebook para não perder nenhum conteúdo!
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