Se você tem 20 ou 30 anos, talvez nem passe pela sua cabeça se preocupar com o prolapso genital. Afinal, ele é um problema que acomete mulheres mais velhas, não é mesmo?
É neste raciocínio que mora o perigo. Afinal, como uma série de condições que realmente aparecem bem mais tarde, o prolapso genital é uma consequência de ações que acontecem ao longo de anos ou décadas.
Portanto, a forma como você cuida do seu assoalho pélvico hoje é um fator muito importante para determinar suas chances de ter problemas no futuro ou de viver tranquilamente, com sua saúde íntima em perfeito estado.
Quer saber o que é o prolapso genital e o que você pode começar a fazer agora para evitar este problema? Então, continue a leitura!
O que é prolapso genital?
O prolapso genital ocorre quando um ou mais órgãos pélvicos (bexiga, reto, útero) descem ou se projetam para dentro ou através da vagina.
Esta condição acontece, principalmente, devido ao enfraquecimento dos músculos e ligamentos que sustentam esses órgãos, o chamado assoalho pélvico.
Assim, se este conjunto de músculos não consegue manter os órgãos em suas posições anatômicas corretas, eles cedem à pressão da gravidade e descem.
Estudos mostram que até 50% das mulheres que já tiveram filhos apresentarão, em algum momento da vida, um dos vários tipos de prolapso.
No entanto, este número pode ser ainda maior, pois nem todas as mulheres têm sintomas de prolapso e outras, mesmo enfrentando algum transtorno, não procuram tratamento.
Existem diferentes tipos de prolapso genital. A classificação dependerá do órgão ou da estrutura que cedeu:
Cistocele
O tipo mais comum de prolapso genital é a cistocele, que é a queda da bexiga em direção à parede da vagina, como se este órgão caísse “para dentro” do canal vaginal.
Prolapso uterino
Refere-se à descida do útero em direção à abertura vaginal. É muito semelhante à cistocele, mas a diferença é o órgão que cede.
Em casos mais graves, o útero consegue se projetar completamente para fora da vagina. Portanto, é importante tratar o problema antes que esta queda ocorra.
Retocele
Quando ocorre a retocele, a parte final do intestino grosso, chamada reto, se projeta sobre a parede da vagina, causando uma protuberância na região.
Nesses casos, costuma ocorrer uma dilatação do reto, o que prejudica o processo de eliminação das fezes.
Enterocele
Na condição de enterocele, a parede vaginal também é pressionada por um pedaço do intestino. No entanto, nesses casos, trata-se de uma parte do intestino delgado.
Esta parte do intestino ocupa um espaço conhecido como fundo de saco de Douglas, ou cavidade peritoneal posterior.
Uretrocele
A uretrocele é um prolapso mais raro. Neste caso, a uretra (tubo que transporta a urina da bexiga até sua eliminação) se projeta para dentro da vagina.
Prolapso de cúpula vaginal
O prolapso de cúpula vaginal pode acontecer principalmente depois da cirurgia de histerectomia, ou seja, após a remoção do útero. Quando isso ocorre, a parte superior da vagina cede e desce.
Quais são os sintomas de prolapso genital?
Como você viu no tópico anterior, existem vários tipos de prolapso. Consequentemente, algumas pessoas podem ter alguns sintomas que outras não têm.
Porém, de forma geral, existem alguns sintomas comuns a todos os tipos de prolapsos genitais. Veja a seguir:
Prolapso genital causa sensação de pressão ou peso na pelve
Muitas mulheres sentem a sensação de pressão ou peso na região pélvica, mas não têm ideia de que este sintoma pode apontar um prolapso genital.
Não é incomum, inclusive, que muitas tomem remédios para gases ou para soltar o intestino, como se o problema fosse uma simples constipação.
Por isso, é importante que você saiba que esse é um dos principais sintomas de prolapso genital. A pessoa se sente como se houvesse uma pressão, peso, ou “algo descendo”.
Esta sensação pode ocorrer principalmente ao final do dia, depois que a pessoa passa muito tempo em pé, ou depois de ficar horas sentada, na mesma posição.
Existem diversas pacientes que relatam que este desconforto diminui quando elas se deitam. Então, fique atenta.
Dor ou desconforto pélvico
Enquanto algumas mulheres sentem a pressão, outras se queixam de dores ou desconforto pélvico. A dor pode ser constante ou se apresentar em forma de cólica.
Fique especialmente atenta se esta dor se torna aguda ao levantar objetos pesados ou na academia.
Dificuldades sexuais
A maioria das pessoas não consegue sentir prazer durante a relação sexual quando, ao mesmo tempo, o corpo está sinalizando dor ou desconforto.
Por isso, um dos sinais que devem chamar sua atenção para um possível prolapso é a dor durante o sexo. Caso isso aconteça com uma certa frequência, busque ajuda médica.
Como o prolapso está relacionado ao enfraquecimento dos músculos da região pélvica, ele pode afastar as paredes da vagina, alargando-a.
Então, não ocorre uma fricção suficiente durante a relação sexual, a mulher recebe pouco estímulo e sente menos prazer.
Por todos esses motivos, você já entendeu: se o sexo não está sendo satisfatório, marque uma consulta, pois isso pode indicar problemas mais sérios.
Sintomas urinários de prolapso genital
Este é um sintoma bastante comum na cistocele, ou prolapso da bexiga. A paciente pode ter incontinência urinária, bem como a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Outros sintomas preocupantes são o aumento da frequência urinária, como se só conseguisse segurar um pouquinho de xixi na bexiga e infecções recorrentes.
Vale a pena destacar que, em alguns casos, também pode ocorrer incontinência fecal, ou seja, perda do controle sobre as fezes.
Protuberância ou massa na abertura vaginal
Em muitos casos, a mulher só percebe que tem um prolapso quando nota uma protuberância ou massa na abertura da vagina.
Como falamos no tópico do prolapso uterino, o órgão pode se projetar para fora do corpo.
Dificuldade na evacuação
O prolapso do reto (retocele) causa a sensação de bloqueio durante a evacuação. Outras mulheres relatam constipação, ou seja, prisão de ventre.
Isso acontece porque a retocele causa uma espécie de desvio e as fezes se acumulam fora da linha natural de eliminação, tendendo a se acumular no local.
Sintomas vaginais
Devido ao prolapso, o tecido do canal vaginal fica mais exposto à área externa do que o normal. Consequentemente, ele sofre agressões.
Portanto, o prolapso pode desencadear sintomas vaginais como irritação, ressecamento e até mesmo sangramento.
Prolapso genital assintomático
Várias mulheres têm prolapso genital e, pelo menos nos primeiros estágios do problema, não percebem os sintomas.
Às vezes, elas até sentem que não estão muito bem, mas atribuem certos incômodos a outras causas, de forma equivocada.
Então, a mulher para de sentir prazer sexual, mas acredita que é porque o relacionamento está complicado. Sente pressão na região inferior do abdômen, mas pensa que é só uma prisão de ventre.
Assim, os anos vão se passando e ela não consegue fortalecer o assoalho pélvico a tempo. Ela só descobre o problema conforme os sintomas se agravam e o quadro se torna cirúrgico.
Como evitar o prolapso genital?
É possível evitar o prolapso genital? Desde que você comece logo cedo a cuidar do seu assoalho pélvico, sim. Descubra como:
Fortaleça seu assoalho pélvico
Para não ter prolapso genital, seu assoalho pélvico precisa ser fortalecido. Como se trata de um conjunto de músculos, você pode torná-los mais resistentes com ginástica íntima e exercícios de Kegel.
Mantenha um peso saudável
O sobrepeso envolve o acúmulo de gordura e grande parte deste peso se concentra no abdômen. Em consequência, o assoalho pélvico precisa suportar um peso maior e, ao longo dos anos, se enfraquece.
Então, manter um peso adequado através de hábitos saudáveis evita esta pressão excessiva e o enfraquecimento dos músculos pélvicos.
Evite o esforço crônico
Se possível, evite levantar objetos pesados de forma repetitiva e por longos períodos. Em exercícios de musculação, nós fazemos isso, mas é por um tempo restrito e com objetivos bem definidos.
O esforço constante pode enfraquecer ou danificar os músculos e ligamentos que suportam a pelve. Se você não pode evitar, utilize a técnica correta para evitar o desgaste excessivo do assoalho pélvico.
Trate problemas intestinais
Se você tem prisão de ventre crônica, precisa tratá-la. Quem sofre com o intestino preso faz muita força durante a evacuação e esse esforço excessivo pode prejudicar o assoalho pélvico.
Não fume
Fumantes tendem a, mais cedo ou mais tarde, apresentar quadros de tosse crônica. Esse esforço repetitivo, mesmo que não pareça tão grande, prejudica o assoalho pélvico.
Além disso, o cigarro libera no organismo substâncias que prejudicam a nutrição e oxigenação dos tecidos, e ainda os danificam. Portanto, ele aumenta o risco de prolapso.
Controle doenças pulmonares crônicas
Assim como os fumantes, pessoas com bronquite crônica e asma tendem a tossir bastante. Então, controle a doença para que o assoalho pélvico não precise enfrentar esta pressão constante.
Consulte seu médico regularmente
Consulte seu ginecologista regularmente e, caso tenha algum desses sintomas, anote e relate a ele.
Assim, o médico solicitará exames que ajudarão a diagnosticar precocemente problemas no assoalho pélvico, permitindo a solução do problema.
Especialmente após a menopausa, essas consultas periódicas e a observação se tornam ainda mais importante. Afinal, os níveis de estrogênio diminuem, o que pode enfraquecer os músculos pélvicos.
Neste caso, o médico avaliará todo o seu quadro para avaliar a possibilidade de realizar uma terapia de reposição hormonal.
Faça acompanhamento pré-natal
A gestação e o parto estão entre os fatores que contribuem para danificar o assoalho pélvico, pois eles estressam esta musculatura.
Então, faça um acompanhamento pré-natal completo e procure não aumentar muito seu peso neste período. Este cuidado evitará não só o prolapso, mas também outros problemas para a sua saúde e a do bebê.
A maioria das mulheres pode realizar ginástica íntima a partir da 13ª semana de gestação. Porém, antes de aderir aos exercícios, verifique esta possibilidade com seu médico.
Fortalecer o seu assoalho pélvico ajudará a evitar o prolapso no futuro e ajudará, inclusive, a ter um parto normal mais rápido, se esse for o seu desejo.
Agora você já sabe tudo sobre prolapso genital e com certeza suas amigas também precisam desta informação. Então, que tal compartilhar o link deste post com elas pelo WhatsApp?
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