Devido a uma série de tabus, a saúde íntima costuma ser bastante negligenciada. Aqui no blog, falamos geralmente com mulheres, mas entre os homens este assunto também não tem a devida atenção.
Então, que tal desmistificarmos o tema de uma vez por todas? Neste post, vamos falar de diversos fatos sobre a saúde íntima. Alguns deles são indispensáveis, outros curiosos.
Por isso, faça novas descobertas e até mesmo divirta-se. Afinal, saúde é tudo que envolve o nosso corpo, e a intimidade não pode ficar de fora.
Saúde íntima: quem não se conhece, não se cuida
Talvez você se surpreenda com o resultado de uma pesquisa. 45% dos entrevistados que participaram do estudo não conheciam a região íntima feminina e não conseguiam identificar, em um desenho, a vagina.
O número é ainda mais assustador quando se trata do clitóris. 69% dos entrevistados não tinham ideia de onde ele se localiza.
E se você acha que este estudo foi feito em meio a uma população muito desfavorecida, sem acesso à saúde e educação, está enganada.
A pesquisa foi feita na Inglaterra, por uma empresa especializada em pesquisas, a YouGov. Você não considera esse resultado assustador?
O fato é que quem não conhece a própria região íntima tem dificuldade para cuidar de sua saúde, entender suas necessidades e viver de forma plena.
Então, vamos entender melhor sobre os cuidados com o nosso corpo e região íntima? Continue a leitura!
Saúde íntima: 8 fatos curiosos
1. Encher a vagina de sabonete não é cuidar da saúde íntima
Eu sei que você já ouviu muitas vezes sobre a importância da limpeza da vulva. Inclusive, existem muitas propagandas de sabonetes que alegam ter um pH ideal para a região íntima.
Porém, o que você precisa saber é que a vagina é autolimpante. Ela tem um ecossistema microbiológico delicado e extremamente complexo, onde os elementos interagem para a manutenção da saúde.
Existem milhões de bactérias benéficas na vagina e vulva. Os lactobacilos, por exemplo, são cruciais para manter um pH ácido saudável, que impede o crescimento de bactérias patogênicas (que causam doenças).
Portanto, não use sabonetes na vagina e muito menos as duchas vaginais. Produtos químicos matam as bactérias boas da região, alteram esse estado de equilíbrio e aumentam a chance de infecções.
Quando você parar de usar sabonete para lavar esta região, vai perceber que ela recupera o equilíbrio e passa a ter um cheiro típico, mas suave. O odor não é forte.
Este cheiro pode até mudar um pouco, de acordo com a etapa do seu ciclo menstrual, mas não será fétido, pois as bactérias boas estão sendo preservadas.
2. Vagina não é vulva
Outra confusão frequente é em relação aos nomes dos órgãos do nosso corpo. Até ensinamos para as crianças, quando pequenas, que meninos têm pênis e meninas têm vagina.
Porém, quando ensinamos isso às meninas, damos a entender que a vagina é toda a região íntima, e isso não é verdade.
Vagina é apenas o canal muscular interno que liga o colo do útero à vulva, na área externa. Ela é um órgão do sistema reprodutor, onde acontece a penetração, por onde o bebê nasce e por onde sai a menstruação.
Já a vulva é a parte externa da genitália feminina, ou seja, o conjunto de estrutura que realmente conseguimos ver se observamos esta região no espelho.
A vulva compreende todo um conjunto de estruturas: lábios maiores, lábios menores, clitóris e a entrada (abertura) da vagina e da uretra, por onde nós urinamos.
Portanto, é fundamental conhecer essas diferenças e a função de cada órgão.
3. O clitóris tem como única função proporcionar prazer
Não faz nenhum sentido dizer que a mulher tem menos capacidade de sentir prazer do que o homem. Afinal, ela tem um órgão criado exclusivamente com esta finalidade.
O clitóris é considerado uma maravilha da anatomia feminina. Afinal, ele possui cerca de 8.000 terminações nervosas que o tornam extremamente sensível e capaz de proporcionar prazer.
Embora tenha uma pequena ponta visível, com o tamanho máximo de uma ervilha, ele possui estruturas semelhantes a asas laterais que, sob a pele, se enchem de sangue e produzem estímulos incríveis.
Portanto, se você também acredita nesta lenda de que o homem sente mais prazer do que a mulher, está faltando aprender a estimular corretamente este órgão apoteótico.
Agora, um fato importante: talvez você não sinta tanto prazer porque seu clitóris está coberto por pele, outros tecidos da vulva e até mesmo por um pouco de gordura. Assim, ele não recebe o estímulo adequado.
É por isso que muitas mulheres têm buscado a cirurgia plástica íntima. Em alguns casos, elas fazem uma lipoaspiração na região pubiana. Outras vezes, a solução está na eliminação de excesso de pele. Vale a pena conhecer melhor.
4. Quantidade de ciclos menstruais
Você já parou para calcular quantos ciclos menstruais já teve? Se considerarmos 12 por ano, desde a menarca até sua idade atual, qual é o número exato?
Isso vai depender da sua idade, é claro. No entanto, em média, ao longo de toda a vida, a mulher tem cerca de 500 ciclos menstruais.
Logicamente, este número pode variar. Afinal, algumas mulheres menstruam pela primeira vez mais cedo, enquanto outras menstruam mais tarde.
Além disso, uma mulher que passou por várias gestações e amamentou também teve uma redução nos ciclos menstruais, pois nessas duas situações ela não menstruou.
5. Orgasmos produzem substâncias que aliviam a dor
Durante o orgasmo, o corpo libera endorfinas. Elas são neurotransmissores que produzem uma sensação imensa de bem-estar, atuando como potentes analgésicos naturais.
Por isso, os orgasmos são aliados no combate a dores como cólicas menstruais. As endorfinas também melhoram o humor. Então, quanto mais orgasmos, mais saúde íntima e mais felicidade.
6. Corrimento vaginal não ameaça a saúde íntima
Muitas mulheres buscam ajuda médica porque apresentam corrimento vaginal. Porém, a secreção de muco na região íntima, na maioria das vezes, não indica doença.
A vagina produz este muco naturalmente. Inclusive, ele muda suas características ao longo do ciclo. Durante a ovulação, por exemplo, ele se torna mais claro, elástico e pegajoso, para facilitar o trajeto do espermatozóide até o óvulo.
Então, ao longo de um ciclo de aproximadamente 28 dias, o muco muda de acordo com as seguintes etapas:
Muco seco
Logo após a menstruação, a vagina secreta pouco muco cervical ou, pelo menos, ele é menos perceptível. Isso acontece em dias menos férteis, em que os níveis de estrogênio são mais baixos.
Muco pegajoso
Ocorre nos dias em que a fertilidade começa a aumentar, para ajudar o espermatozoide a chegar ao óvulo para fecundação. Tende a ser pegajoso ou pastoso, branco ou levemente amarelado.
Muco cremoso
Indica a aproximação do período de ovulação. Torna-se ainda mais cremoso, com a consistência semelhante à de uma loção hidratante. Também pode ser branco ou levemente amarelado.
Muco aquoso
Ocorre quanto a fertilidade está realmente alta e a ovulação, iminente. Torna-se mais molhado e aquoso, bem claro e escorregadio ao toque.
Muco clara de ovo
Este é o muco mais fértil. Claro, elástico e escorregadio, ele prende os espermatozoides e facilitam a fecundação.
7. A mulher pode ter mamas nas axilas
Na verdade, não é apenas nas axilas. Embora seja pouco comum, a mulher pode ter mamas na virilha e até nos pés!
Isso acontece porque, nos primeiros estágios do nosso desenvolvimento, o corpo cria diversas mamas em duas linhas paralelas no corpo, como acontece com os mamíferos.
Já observou que gatas, cachorras e outras fêmeas de mamíferos têm duas fileiras paralelas com várias mamas? Nós também começamos a vida assim.
Porém, em um determinado momento, o organismo “desliga” as mamas que o ser humano não usa e desenvolve apenas os seios. Pelo menos é isso que acontece com a maioria das pessoas.
Em alguns casos, o organismo não desliga todas essas mamas e algumas regiões do corpo desenvolvem células mamárias. A mais comum é na axila, conhecida como mama acessória.
Porém, como já falamos, essas mamas acessórias podem surgir em outras regiões do corpo. Elas podem ter até um pequeno mamilo, que costuma ser confundido com uma verruga.
Inclusive, se durante a TPM você sente sempre a mesma região da axila ou da virilha inchar, ficar sensível, assim como acontece com seus seios, procure um médico. Você pode ter uma mama acessória.
8. O debate sobre o ponto G nunca vai acabar
Poucos temas são tão controversos na área da saúde feminina quanto o famoso ponto G. Trata-se de uma região rugosa, na parte frontal interna da vagina.
Supostamente, o estímulo nesta área poderia resultar em intensa satisfação sexual. Uma das explicações possíveis é que o ponto G poderia ser uma extensão interna do clitóris ou uma ponte de interação entre a vagina e o clitóris.
Porém, vários estudos concluíram que este ponto G simplesmente não existe e não passa de uma “coisa da cabeça” das mulheres.
A questão é que a tal da cabeça é o órgão sexual mais importante. Por isso, é possível que as mulheres realmente sintam prazer devido a estímulos nesta região não por alguma característica física deste local, mas porque acreditam que funciona.
Funcionando ou não, não custa tentar. Converse com seu parceiro e inventem maneiras de estimular o ponto G. Se você sentir um prazer imenso, independentemente da validação científica, só lucrou com essa tentativa.
Caso não funcione, também não se preocupe. Afinal, cada mulher é única e sua sensibilidade pode estar em um ponto diferente. O que importa é que você e seu parceiro conheça bem o seu corpo para maximizar o prazer.
Em tudo isso, o mais importante é você entender que sua saúde íntima jamais deve ser negligenciada. Ela é tão essencial para o seu bem-estar quanto qualquer outra região do corpo e merece ser bem cuidada.
E você, já conhecia esses 8 fatos sobre a saúde íntima? Compartilhe o post e essas curiosidades com as suas amigas. Com certeza, os tópicos vão render muita conversa!
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