Sim, nós fomos ensinados a temer a luz solar. A ameaça do câncer de pele, o envelhecimento, as manchas…
Pelo fato de vivermos em um país tropical, onde a maior parte do território tem temperaturas altas e muito sol em pelo menos metade do ano, é importante tomar cuidado, mesmo.
Porém, isso não significa que o sol é sempre um vilão. Na dose certa, ele é essencial para a saúde e a falta de exposição a ele pode causar uma série de consequências.
E você, se expõe à luz solar com frequência? É o tipo de pessoa que toma um pouquinho de sol todos os dias ou tudo só de uma vez, chegando a tostar?
Neste post, você vai descobrir qual é o papel do sol na nossa vida, vai saber se a luz solar é mesmo uma vilã do envelhecimento e como obter seus benefícios sem estragar a sua pele.
Ficou curiosa? Confira!
Qual é a importância da luz solar?
Diferentemente do que muitas pessoas acreditam, a luz solar tem uma grande importância para o nosso organismo.
Você certamente já ouviu que a vitamina D é essencial para uma série de funções biológicas. Na verdade, ela não é uma vitamina, e sim um hormônio.
A seguir, nós explicamos algumas de suas funções:
A luz solar contribui para a saúde óssea
A vitamina D faz parte do processo que permite ao corpo absorver o cálcio dos alimentos. Assim, ela ajuda o organismo a manter os ossos fortes, evitando que eles fiquem finos, quebradiços ou deformados.
A vitamina D ajuda a regular o sistema imunológico
O sistema imunológico é nosso pelotão de defesa, combatendo microorganismos, inflamações e doenças.
A vitamina D, que nós obtemos por exposição à luz solar, ajuda a regular a atividade das células de defesa e, por isso, combate as infecções.
A luz solar contribui para a saúde mental
Diversos estudos têm mostrado que, em pessoas com depressão, os níveis de vitamina D costumam ser mais baixos.
Portanto, embora sua deficiência não seja apontada como a causa da depressão, ela pode ser um dos fatores que predispõem a este quadro.
Além disso, a luz solar está relacionada à produção de serotonina, um neurotransmissor que produz a sensação de bem-estar e combate transtornos mentais.
A vitamina D melhora a condição de pacientes com diabetes
Já existem evidências científicas de que a vitamina D pode desempenhar um papel na regulação da insulina, contribuindo para melhorar a condição de saúde de pacientes com diabetes.
A luz solar melhora a saúde cardiovascular
Nossa pele absorve a luz solar e, a partir desta interação, produz óxido nítrico. Esta substância relaxa os vasos sanguíneos, melhorando a circulação e reduzindo os riscos de hipertensão arterial.
A vitamina D reduz infecções respiratórias
Por todas essas funções que mencionamos ― regulação do sistema imunológico, fortalecimento da barreira dos pulmões e outras ações, a vitamina D reduz infecções respiratórias ou ameniza sua gravidade.
Como você viu, nós intercalamos benefícios da vitamina D com os da luz solar porque, para muitas pessoas, o sol é a principal fonte deste hormônio.
Porém, você sabe que também é possível tomar vitamina D em cápsulas, sem depender da exposição ao sol.
No entanto, se você tem a possibilidade de se expor ao sol, essa ainda é a melhor opção. Ele tem benefícios como a produção de óxido nítrico e regulação do humor, além de não ter risco de toxicidade.
Embora seja benéfica, a vitamina D pode ser tóxica. Quando ingerida em quantidades exageradas, ela pode levar à calcificação de tecidos e ao surgimento de pedras nos rins.
Por isso, a melhor maneira de tomar vitamina D continua sendo a exposição controlada à luz solar.
Por que a luz solar é considerada uma vilã?
Talvez o que você leu aqui tenha deixado você surpreso. Afinal, sempre ouvimos que o sol é um grande vilão, causador de cânceres e manchas.
Por incrível que pareça, isso também é verdade. A exposição descontrolada ao sol realmente pode causar doenças.
Veja o que acontece quando nos expomos ao sol de forma errada:
1. Câncer de pele
Você sabia que a Austrália é o país com maior número de registros de câncer de pele no mundo, seguida pelo Brasil? É fácil perceber o que esses países têm em comum, não é mesmo?
Tanto a Austrália quanto o Brasil ficam em posições muito semelhantes no planeta, o que significa uma incidência semelhante de raios solares.
Altas temperaturas, praias e uma população que ama se expor à luz solar faz desses dois países os campeões deste diagnóstico.
Isso acontece porque, ao atingirem a pele, os raios ultravioleta (UVA e UVB) danificam o DNA das células, produzem radicais livres e reduzem a resposta do sistema imunológico.
Desta forma, eles fazem com que a pele produza células alteradas. Devido à resposta imunológica reduzida, essas células não são eliminadas e começam a se multiplicar, formando tumores.
Os tipos de câncer de pele mais associados à exposição à luz solar são o carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e o melanoma.
2. Destruição do colágeno
A destruição do colágeno é outro efeito da exposição descontrolada à luz solar.
Nós já vimos, no item anterior, que a radiação ultravioleta gera uma reação em nossa pele, levando à produção de radicais livres. Eles já são elementos que destroem as células, alterando a estrutura da pele e envelhecendo-a.
Mas não é só isso! A radiação também faz o corpo produzir enzimas chamadas metaloproteinases de matriz (MMPs).
Os radicais livres e as MMPs degradam o colágeno e, consequentemente, a pele perde sua elasticidade e estrutura de sustentação. Os resultados são o enrugamento e a flacidez.
Como se isso não bastasse, os radicais livres causam danos aos próprios fibrobrastos, que são as estruturas da pele que produzem colágeno e elastina.
Então, além de destruírem o colágeno que a pele já possui, os radicais livres também sabotam os equipamentos da “fábrica”, impedindo uma reposição eficiente do colágeno e da elastina.
3. Manchas na pele
O sol também pode causar manchas na pele, e isso acontece por vários motivos.
A radiação ultravioleta estimula o funcionamento anormal de melanócitos, as células responsáveis pela produção de melanina, o pigmento que dá cor à nossa pele.
Além de gerar essa produção exagerada de melanina, que causa uma hiperpigmentação, a exposição excessiva ao sol faz com que o pigmento seja distribuído de forma irregular, o que causa manchas escuras.
O próprio dano ao DNA que, como você já viu, ocorre devido à ação dos radicais livres, leva à formação de manchas.
Finalmente, não poderíamos deixar de nos lembrar que a exposição solar pode causar uma inflamação e consequente hiperpigmentação pós-inflamatória.
Por que não tomar sol após colocar silicone?
Atualmente, quase não vemos fotografias reveladas. A maioria das imagens que vemos são digitais.
Porém, para entender melhor por que é importante não tomar sol no pós-operatório do silicone, seria interessante compreender como as fotografias são reveladas.
Para revelar uma fotografia, é preciso ter luz. É a luz que fixa o pigmento sobre a superfície, fazendo com que ela tenha sua cor alterada permanentemente.
Com a pele acontece o mesmo. Após uma cirurgia, é natural que a região fique com algumas manchas vermelhas ou arroxeadas.
Afinal, se o médico precisou fazer uma incisão, ocorreu o rompimento de vasos sanguíneos e o sangue atingiu vários tecidos à sua volta.
À medida que os dias passam, essas manchas alteram sua cor. Elas começam bem avermelhadas no pós-operatório imediato, se tornam arroxeadas em seguida.
Depois de uma semana, em média, essas manchas estão com uma coloração que mescla amarelo e verde. Isso significa que elas desaparecerão em breve.
O problema é que, enquanto a pele está manchada, ela não deve ser exposta ao sol. Se isso acontecer, a luz provavelmente fixará este pigmento na pele, tornando a mancha permanente.
Também não podemos nos esquecer de que a exposição ao sol causa uma resposta inflamatória, o que prejudica a cicatrização dos tecidos.
Afinal, eles estão tentando recompor tecidos e se recuperar da inflamação causada pela cirurgia.
Nessa circunstância, qual seria a lógica de expor a região ao sol, produzir radicais livres que destroem os tecidos e aumentam esse quadro inflamatório? Não faz sentido, não é mesmo?
Então, não se arrisque. É melhor seguir as recomendações do seu médico, cumprir o pós-operatório tranquilamente e não se expor ao sol. O resultado fará a espera valer a pena, pode ter certeza!
Como ter os benefícios do sol sem prejudicar a pele?
O sol tem benefícios indispensáveis. Não se expor à luz solar prejudica à saúde. Portanto, é muito importante incluir alguns minutinhos de sol a sua rotina diária.
No entanto, para que você obtenha apenas os benefícios do sol, é importante ficar atento às seguintes recomendações:
Exponha-se de forma consciente
Você precisa de poucos minutos de sol por dia para obter os benefícios que ele proporciona ao organismo.
Peles mais escuras podem permanecer até 20 minutos no sol forte. Para peles bem clarinhas, o tempo máximo pode ser de no máximo 5 minutos.
Esta exposição curta e com a máxima frequência possível deve ocorrer sem o uso de protetor solar. Procure colocar pelo menos os braços e pernas em contato com a luz para que a área de absorção dos raios seja suficiente.
Alimente-se bem
O que a minha alimentação tem a ver com o sol? Tudo! Você viu que essa exposição pode produzir radicais livres, não é mesmo?
Então, você vai combater esses radicais livres consumindo muitos antioxidantes. Frutas de cores diferentes, mais especialmente as vermelhas e roxas, possuem este efeito.
Evite também os alimentos industrializados, pois eles produzem radicais livres no organismo. Quanto mais natural for o seu cardápio, melhor o resultado para sua pele e para todo o corpo.
Esperamos que você tenha percebido que a luz solar, na verdade, não é vilã de nada. Vilão é quem se expõe ao sol de forma irresponsável, fazendo com que seus danos sejam muito maiores que seus benefícios.
Gostou do post? Já conhecia esses benefícios do sol? Então, que tal compartilhar com suas amigas? Elas vão gostar da informação!
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