Conviver com doenças autoimunes é um grande desafio. Afinal, o que fazer quando as células de defesa passam a atacar o próprio corpo?
Mas infelizmente, essa é a realidade de muitas pessoas. No Brasil, pelo menos 13 milhões de pessoas convivem com doenças autoimunes.
Cuidado frequente com hábitos e procedimentos, bem como o receio de que qualquer fator possa desencadear uma reação exagerada do organismo, fazem parte da vida dos pacientes.
E diante desse quadro, muitas vezes até quem não tem culpa acaba sendo responsabilizado pelos sintomas que a mulher sente.
Entre esses “culpados” está o silicone. Porém, neste post você vai entender o que, na verdade, o sistema imunológico pode produzir no corpo de uma pessoa quando está desregulado. Confira!
O que são doenças autoimunes?
Doenças autoimunes são aquelas geradas quando o sistema imunológico perde a capacidade de identificar corretamente invasores do corpo.
Então, em vez de direcionar seu poder de destruição para vírus, bactérias e outros elementos que causam mal à saúde, ele ataca células do próprio corpo.
O caso mais comum de doença autoimune é a diabetes tipo 1, também conhecida como diabetes juvenil.
Nesta doença, o sistema imunológico entende, de forma errada, que as células beta do pâncreas são inimigas.
Assim, ele passa a atacar essas células beta e a destruí-las. Essas células beta são as responsáveis pela produção de insulina.
Em grande parte das vezes, o paciente só descobre a diabetes quando o sistema imunológico já destruiu pelo menos 60 ou 70% das células beta.
Esta foi apenas uma explicação para você entender como as doenças autoimunes funcionam.
Então, como você percebeu, são células do corpo que atacam outras células do próprio corpo.
Entre as doenças autoimunes podemos destacar também lúpus, artrite reumatoide, doença de Crohn, doença celíaca, vitiligo, psoríase…
Essa é apenas uma pequena lista entre muitas doenças.
Mas você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com silicone. Vamos falar sobre isso no próximo tópico.
Existe alguma relação entre o silicone e as doenças autoimunes?
Nos últimos anos, talvez você tenha visto um movimento de mulheres que retiraram o silicone.
Segundo essas pacientes, sua qualidade de vida era muito ruim quando tinham a prótese.
Elas relatam sintomas como colite, sinais inflamatórios, dores articulares, queda de cabelo, cansaço e fadiga, entre outros.
Inclusive, o conjunto de sintomas passou a ser conhecido como “doença do silicone“.
Porém, a Sociedade Brasileira de Reumatologia percebeu que essa visão das mulheres a respeito do silicone estava criando mitos infundados.
Assim, ela se juntou à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica para esclarecer a população e derrubar esses mitos.
Juntos, esses médicos afirmam veementemente que o problema não é o silicone e sim um organismo com o sistema imunológico desorganizado.
Afinal, todos os estudos mostram que as próteses não provocam nenhuma doença, nem mesmo o câncer de mama.
Portanto, não se pode atribuir ao silicone os sintomas que uma parcela ínfima de mulheres relata, sendo que a imensa maioria não tem nenhum problema após o procedimento.
Como explicar, então, o surgimento desses sintomas? Vamos deixar que os próprios médicos reumatologistas respondam.
Como um sistema de defesa doente reage diante de novas substâncias?
Ainda segundo os reumatologistas, a ASIA é uma síndrome autoimune/inflamatória induzida por adjuvante.
Isso significa que o sistema imunológico de algumas pessoas simplesmente cria uma reação errada quando alguma substância entra em contato com o organismo.
No entanto, existem muitos tipos dessas substâncias chamadas de adjuvantes. O silicone é apenas um deles.
Existem adjuvantes nas vacinas, nos remédios e em muitos outros objetos e produtos que fazem parte da nossa vida.
Portanto, assim como os médicos ressaltam, vale a pena reforçar que o problema não é o silicone e sim um organismo que tem uma reação exagerada a uma série de adjuvantes.
Existe ainda outro ponto importantíssimo. Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, esta síndrome é rara e só atinge pessoas com predisposição genética.
Portanto, se você não tem predisposição genética para o problema, provavelmente não terá nenhuma reação ao silicone.
Você viverá normalmente, como a imensa maioria de mulheres que colocam prótese anualmente.
Já as mulheres com predisposição genética para o problema realmente podem sentir esses sintomas.
Porém, lembre-se de que a porcentagem de mulheres que apresentam esse problema é muito pequena. Trata-se de uma síndrome considerada raríssima.
Além disso, mesmo se elas não colocarem o silicone, elas têm a chance de desenvolverem esta reação se tiverem contato com outros adjuvantes.
Como saber se eu posso ter uma reação ao silicone?
Existem alguns critérios que tornam uma mulher mais susceptível a ter reações adversas com o silicone.
O primeiro critério, como já mencionamos, é uma predisposição genética.
Embora as mulheres que relatam o problema não sejam muitas, elas várias vezes relatam reações autoimunes a adjuvantes antes da prótese.
Além disso, os médicos apontam a deficiência de vitamina D e doenças autoimunes diagnosticadas na paciente ou na família como fatores de risco.
O diagnóstico de doenças autoimunes não impede a paciente de colocar silicone.
Porém, ela precisará ser avaliada pelo seu reumatologista, assim como pelo próprio cirurgião plástico.
Os dois profissionais analisarão a condição da paciente e seus resultados de exames clínicos para definir em que momento a situação está sob controle para a realização do procedimento.
O que fazer para prevenir uma reação à prótese?
Existem diversos passos que você pode tomar para evitar que o seu sistema imunológico reaja à prótese de uma forma exagerada.
Confira quais são eles:
Investigue o histórico clínico pessoal e familiar
Antes mesmo da sua consulta, comece investigando sua família. Verifique se seus pais, irmãos, tios, primos e avós possuem doenças autoimunes.
Então, ao chegar ao médico para sua primeira consulta, relate todo o seu histórico clínico, tanto pessoal quanto familiar.
Se você não tem nenhum episódio de doença autoimune e na sua família os casos também são inexistentes ou raros, fique tranquila.
As chances de tudo dar certo são muito grandes, como acontece com a maioria das pacientes.
Realize os exames pré-operatórios
Todo profissional sério e qualificado só opera suas pacientes depois de uma análise muito atenta de seus exames.
Portanto, realize todos os exames solicitados pelo médico.
É comum ele pedir hemograma, glicemia, urina tipo 1, exame cardíaco (geralmente, eletrocardiograma), ultrassom e raio-X do tórax.
Porém, se você relatar a ele um histórico clínico mais complexo, é possível que esta lista aumente.
No entanto, não deixe de relatar essas situações ao médico só para acelerar sua avaliação.
Lembre-se de que quanto mais informações o médico tiver a respeito da sua saúde, mais seguro será o seu procedimento.
Inclua o reumatologista na decisão se você tem doenças autoimunes
O reumatologista que acompanha você é o profissional mais indicado para analisar seu caso junto ao cirurgião plástico.
Então inclua-o nesse processo de avaliação e também de decisão.
Em alguns casos, a paciente pode fazer a cirurgia imediatamente, desde que tenha uma série de cuidados.
Porém, em outros casos, os dois médicos entendem que é melhor esperar um pouco mais para fazer a cirurgia.
Assim, eles orientam a paciente em relação a hábitos e medicamentos que estabilizarão seus indicadores para que ela possa realizar o procedimento.
Siga as recomendações para o pós-operatório
A paciente com doenças autoimunes precisa de uma atenção maior durante o período pós-operatório.
Durante esse período, além de analisar a evolução da cicatrização, os médicos também precisam ficar atentos à medicação.
Afinal, muitas vezes a paciente toma corticoides e imunossupressores devido à doença autoimune. Porém, esses medicamentos prejudicam a cicatrização.
Outras vezes, ocorre o contrário. O médico prescreve medicamentos para o pós-operatório que interferem no funcionamento do sistema imunológico.
Então o acompanhamento médico é indispensável para ajustar essas medicações e fazer com que a paciente tenha o máximo de benefício de cada uma delas.
O repouso e outras recomendações para o pós-operatório também são fundamentais. Todos esses cuidados aceleram a cicatrização.
Portanto, se a paciente favorece essa recuperação, seu sistema imunológico será acionado por um tempo menor, evitando que ele reaja de forma inesperada por um longo tempo.
Tenha hábitos saudáveis
Outro ponto que os médicos são unânimes é o fato de que para controlar as doenças autoimunes não existe uma arma tão poderosa quanto a manutenção de hábitos saudáveis.
Quando nós temos uma alimentação anti-inflamatória, praticamos exercícios, dormimos bem e tomamos água, o sistema imunológico tende a se descontrolar menos.
Tudo isso acontece porque hábitos ruins criam inflamações crônicas no organismo. Isso deixa as células de defesa em alerta.
Alimentação desregrada, excesso de refinados, industrializados, gordura, açúcar e álcool estão entre os produtos que causam inflamação.
Então se você tem alguma doença autoimune e gostaria de fazer uma cirurgia plástica, ajude seu corpo a manter seu sistema imunológico sob controle.
Ter hábitos saudáveis, além de ajudar a realizar sua cirurgia plástica com mais segurança, fará com que você tenha uma qualidade de vida melhor.
E você, tem algum diagnóstico de doenças autoimunes? Tem vontade de colocar silicone, mas ainda fica com receio por causa de sua saúde?
Agende agora mesmo sua avaliação no Silicone Center. Nossos especialistas ajudarão você a realizar seu sonho com toda a segurança.
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