A síndrome do ovário policístico, também conhecida pela sigla SOP, é uma condição hormonal bastante comum, que chega a afetar 1 em cada 10 mulheres ao redor do mundo e pode causar uma série de sintomas desagradáveis.
Leia este artigo para entender:
- o que é SOP;
- quais são as causas da SOP;
- quais são os sintomas da SOP;
- como é feito o diagnóstico;
- qual é o tratamento.
O que é SOP
Para entender o que é SOP, primeiro é preciso compreender bem o funcionamento dos ovários, órgãos que fazem parte do sistema reprodutor feminino. Localizados um de cada lado do útero, na parte frontal do corpo da mulher, os ovários armazenam os óvulos — ou seja, é neles que as células reprodutivas femininas ficam “estocadas”.
A partir da puberdade, os ovários passam a liberar uma das células a cada ciclo menstrual da mulher, o que acontece no chamado período fértil.
Além dos óvulos, no entanto, os ovários de algumas mulheres contêm também pequenos cistos, que são espécies de bolsas que, na maioria dos casos, ficam cheias de líquido. A presença desses cistos pode causar uma série de sintomas desagradáveis e, até mesmo, graves.
Quais são as causas da SOP
De acordo com informações da Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde, ainda não se conhece a causa específica da síndrome do ovário policístico. A informação mais relevante a respeito do assunto está relacionada ao fato de que mais da metade das mulheres que apresentam a síndrome têm problemas hormonais.
Grande parte das pacientes apresentam alterações em glândulas como o hipotálamo, a hipófise e as adrenais, que produzem e regulam hormônios no organismo. Vale dizer, ainda, que o diagnóstico é mais comum em mulheres que têm entre 30 e 40 anos de idade.
Quais são os sintomas da SOP
Os sintomas da síndrome do ovário policístico se dividem entre externos e internos, o que significa que alguns deles são esteticamente visíveis e outros não. Nesse primeiro grupo estão:
- a aparição da conhecida “acne da mulher adulta”, ou seja, um incômodo com surgimento de espinhas no rosto e no corpo fora do período da adolescência;
- maior tendência à obesidade;
- queda de cabelo;
- pelos na face.
Já quando falamos dos problemas internos, eles vão desde a alterações no ciclo menstrual até a depressão, diminuição da libido e a dificuldade para engravidar. Esse último ponto, inclusive, é de extrema importância quando falamos sobre SOP, já que grande parte das mulheres acaba descobrido a existência da doença apenas quando tenta engravidar e não consegue.
Por estar relacionada, também, à glândula que produz a insulina, a SOP também aumenta as chances da paciente desenvolver diabetes. Problemas vasculares e até mesmo o aparecimento de alguns tipos de câncer também podem ser impactados pela síndrome.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico médico da síndrome do ovário policístico é feito a partir da observação dos sintomas, e, então, do pedido de exames de ultrassonografia transvaginal e dosagem de hormônios no sangue.
Como o ultrassom permite a clara visualização da presença (ou não) de cistos nos ovários, não é difícil chegar ao diagnóstico. Não é incomum, inclusive, que ele apareça antes de qualquer sintoma: em alguns casos, a paciente não nota nenhuma alteração em seu organismo e descobre a doença em uma ultrassonografia de rotina.
Existem, ainda, casos de mulheres que começam a apresentar um quadro de acúmulo lipídico no fígado — o que, a princípio, não tem a ver com os ovários.
No entanto, por conta das alterações a síndrome que causa na produção de insulina, o açúcar acaba se excedendo e se transformando em gordura no corpo. Isso quer dizer que a identificação da gordura em excesso também pode iniciar uma busca pelo diagnóstico de SOP.
Qual é o tratamento para SOP?
A síndrome do ovário policístico já é considerada pela medicina uma doença crônica. Isso significa que ela não tem como ser curada, mas a boa notícia é que é possível conviver tranquilamente com ela por meio da minimização dos sintomas.
A abordagem médica inicial mais comum, em casos de SOP, é a recomendação do anticoncepcional para ajudar a regular o ciclo menstrual. Além disso, é importante lembrar que a doença nada mais é do que uma alteração metabólica e, portanto, mudanças no estilo de vida são essenciais para atenuá-la.
Exercícios físicos
A prática regular de exercícios físicos é fundamental para a saúde nos mais diversos âmbitos, e não é diferente no caso da síndrome do ovário policístico. Como a SOP causa uma maior resistência à utilização da insulina pelo organismo, é importante ativar os músculos, que contêm receptores da substância.
Por isso, a recomendação para mulheres que estão com a síndrome controlada é de ao menos 150 minutos de atividade física por semana. Já no caso da paciente que está com os sintomas descontrolados o ideal é praticar ao menos 250 minutos.
Os exercícios também são importantíssimos para evitar o excesso de peso e a obesidade, que se tornam um risco maior para a mulher em desequilíbrio hormonal.
Hábitos alimentares
Manter uma alimentação equilibrada e baseada principalmente em legumes, frutas, vegetais e grãos é outro hábito que é importante para saúde como um todo e também faz a diferença no bem-estar da paciente com SOP.
É preciso evitar o excesso de açúcares e carboidratos simples (como pão e arroz branco) para reduzir a chance dos picos de glicose no sangue. A ingestão de gordura também deve ser limitada para diminuir o risco de excesso de peso e obesidade.
Por fim, manter as consultas de rotina e os exames periódicos em dia também é essencial para que a doença continue sendo monitorada de perto. Dessa forma, o médico pode indicar o melhor caminho a se seguir sempre que houver qualquer sinal de piora no quadro.
Já que o assunto deste artigo é saúde feminina e hormônios, aproveite para ler também o nosso artigo sobre como evitar retenção de líquido, outro incômodo diretamente relacionado a alterações hormonais.
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