Antes de uma cirurgia plástica, é comum que o cirurgião peça à paciente para suspender o cigarro. Afinal, o hábito de fumar interfere diretamente na cicatrização, no fornecimento de oxigênio aos tecidos e no sucesso estético do resultado, segundo evidências científicas sólidas.
Mesmo para quem fuma pouco, a recomendação é clara: parar de fumar antes da cirurgia e no pós-operatório é indispensável para reduzir complicações e garantir uma recuperação tranquila.
Mas se você fuma, provavelmente sabe o quanto essa mudança é desafiadora. Por isso, neste artigo, vamos falar porque essa medida é importante e também traremos algumas estratégias cientificamente comprovadas para ajudá-la. Confira!
Por que parar de fumar antes de colocar silicone?
Na verdade, não é preciso parar de fumar apenas antes de colocar silicone. De forma geral, o cigarro prejudica tanto a realização quanto a recuperação em qualquer cirurgia, inclusive as plásticas e outros procedimentos estéticos. Mas por que isso acontece?
O tabaco contém milhares de substâncias químicas, entre elas a nicotina e o monóxido de carbono, que prejudicam a oxigenação do sangue e a circulação. Essas substâncias provocam o estreitamento dos vasos sanguíneos, diminuem o transporte de oxigênio e nutrientes, além de comprometerem a resposta inflamatória natural do corpo, fundamental para a regeneração da pele e dos tecidos após uma cirurgia.
Com isso, fumantes têm mais risco de apresentar um processo de cicatrização lento, necrose, abertura de pontos, hematomas, infecções e formação de cicatrizes irregulares. Além disso, a oxigenação reduzida aumenta a chance de trombose no pós-operatório.
No entanto, nas primeiras semanas após parar de fumar, os níveis de monóxido de carbono no sangue caem e o oxigênio começa a ser distribuído com mais eficiência. Após 30 dias sem fumar, a microcirculação já melhora significativamente e os tecidos começam a se regenerar de forma mais saudável, o que reduz o risco de necrose e infecção no pós-operatório.
Estudos científicos mostram que pessoas que deixam o cigarro pelo menos quatro semanas antes da cirurgia têm praticamente o mesmo índice de recuperação que os pacientes não fumantes. Por isso, a recomendação da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica é suspender o tabagismo por no mínimo um mês antes e um mês depois do procedimento.
Como parar de fumar com segurança?
Abandonar o cigarro é um grande desafio, mas existem abordagens seguras e validadas pela medicina para facilitar esse processo. O ideal é consultar profissionais especializados para identificar os fatores bioquímicos e psíquicos que alimentam o vício. É bastante comum que ocorra uma combinação entre tratamentos medicamentosos e psicoterapia.
A Terapia de Reposição de Nicotina (TRN), por exemplo, fornece doses controladas da substância sem as toxinas da fumaça. Aprovada pela Anvisa e reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), essa reposição pode ser feita por meio de adesivos transdérmicos, gomas de mascar ou pastilhas. Portanto, o paciente pode escolher a maneira mais prática para reduzir os sintomas de abstinência.
No entanto, por reduzir gradualmente a quantidade de nicotina que a pessoa recebe diariamente, trata-se de uma abordagem que leva semanas ou até meses para gerar resultado. Então, se você planeja colocar silicone no futuro, pode ser interessante começar o tratamento o quanto antes.
Outra alternativa é o uso de medicamentos de prescrição médica, como a bupropiona e a vareniclina, que atuam diretamente nos receptores cerebrais ligados ao prazer provocado pela nicotina. Essas medicações suavizam a vontade de fumar e ajudam a manter a abstinência, aumentando significativamente as taxas de sucesso do tratamento.
Muitas pessoas associam o cigarro a momentos de relaxamento, e interromper esse hábito pode gerar ansiedade. O acompanhamento psicológico ajuda a desenvolver novas estratégias para lidar com o estresse. Além das intervenções farmacológicas, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma das técnicas mais eficazes para controlar o impulso de fumar, pois ajuda a compreender os gatilhos emocionais que levam ao cigarro e ensina estratégias práticas para enfrentá-los.
Técnicas de respiração profunda, prática de atividades físicas leves, alimentação equilibrada e sono regular também auxiliam na regulação do humor durante esse período. É importante lembrar que esses cuidados impactam positivamente na saúde geral e contribuem para uma melhor cicatrização após a cirurgia.
Vale a pena substituir o cigarro tradicional pelo eletrônico?
É comum que pacientes pensem em substituir o cigarro tradicional pelos eletrônicos, acreditando que são menos prejudiciais. No entanto, eles também liberam nicotina e outras substâncias tóxicas que comprometem a cicatrização e a função vascular. Por isso, segundo nota técnica da Anvisa, os dispositivos eletrônicos para fumar não são autorizados para venda ou uso no Brasil.
Como parar de fumar antes da cirurgia plástica? Principais dúvidas:
1. Por que é tão importante parar de fumar antes de uma cirurgia plástica?
O cigarro interfere diretamente no processo de cicatrização e na oxigenação dos tecidos. A nicotina causa constrição dos vasos sanguíneos, diminuindo o fluxo de oxigênio e nutrientes que o corpo precisa para se recuperar de uma cirurgia. Além disso, substâncias como o monóxido de carbono reduzem a capacidade do sangue de transportar oxigênio, aumentando o risco de necrose, infecção e atraso na cicatrização.
2. Quanto tempo antes da cirurgia devo parar de fumar?
O ideal é que o paciente suspenda completamente o cigarro pelo menos quatro semanas antes da cirurgia e mantenha a abstinência por mais quatro semanas depois do procedimento. No entanto, se esse período for maior, os benefícios à circulação e cicatrização também serão mais significativos.
3. É seguro usar terapia de reposição de nicotina antes da cirurgia?
Sim. Adesivos, gomas e pastilhas de nicotina são alternativas seguras e amplamente estudadas para ajudar o paciente a lidar com os sintomas de abstinência. Porém, lembre-se: todo medicamento deve ser usado sob prescrição médica. Procure um especialista para orientar o tratamento.
4. Os medicamentos para parar de fumar realmente funcionam?
Existem medicamentos como a bupropiona e a vareniclina que contribuem para reduzir a vontade de fumar, bem como a irritabilidade e a ansiedade associadas à abstinência. Para muitos pacientes, isso é o suficiente para cessar o uso do cigarro. No entanto, quando há uma combinação do tratamento medicamentoso com a psicoterapia, esse processo pode ocorrer de forma ainda mais tranquila.
5. Parar de fumar dias antes da cirurgia já faz diferença?
Toda redução no consumo traz algum benefício, mas o ideal é interromper completamente o tabagismo pelo tempo recomendado para normalizar a oxigenação dos tecidos, já que os efeitos da nicotina e do monóxido de carbono podem permanecer no organismo por até 72 horas após o último cigarro. Quanto mais cedo ocorrer a cessação, melhor será a recuperação.
6. Os cigarros eletrônicos são menos prejudiciais?
Não. Apesar de terem aparência tecnológica, os cigarros eletrônicos e os vapes liberam nicotina e outras substâncias citotóxicas que também afetam o sistema cardiovascular e o processo de cicatrização.
7. Fumo pouco. Mesmo assim preciso parar completamente?
Sim. Nenhuma quantidade de cigarro é considerada segura. Mesmo o consumo esporádico reduz a oxigenação dos tecidos e prejudica a formação de colágeno, essencial para uma boa cicatrização. Pequenas doses de nicotina são suficientes para alterar a microcirculação, aumentando o risco de abertura de pontos e manchas na pele no pós-operatório.
8. E se eu não conseguir parar de fumar a tempo?
Se o paciente não conseguir interromper o uso do cigarro dentro do prazo recomendado, o cirurgião deve avaliar a possibilidade de adiar o procedimento. Operar sob os efeitos da nicotina aumenta significativamente o risco de complicações.
9. O que posso fazer para manter a calma durante o processo de parar de fumar?
Controlar a ansiedade é um desafio comum. As abordagens mais eficazes são as que combinam medicamentos, acompanhamento psicológico (especialmente a TCC) e mudança de hábitos. Exercícios leves, boa hidratação e rotinas de sono adequadas auxiliam o organismo na adaptação à ausência da nicotina.
10. Onde posso encontrar ajuda profissional para parar de fumar?
Se você utiliza algum convênio médico, procure um psiquiatra e um psicólogo da rede credenciada. Além disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece programas de cessação do tabagismo em unidades básicas de saúde e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Esses programas incluem apoio psicológico, acompanhamento médico e fornecimento gratuito de adesivos ou medicamentos, conforme cada caso.
Abandonar o cigarro antes da cirurgia plástica não é apenas uma medida de autocuidado. É uma atitude decisiva para garantir a segurança do procedimento, prevenir complicações e preservar os resultados. Com acompanhamento médico, apoio psicológico e métodos cientificamente comprovados, parar de fumar é uma meta totalmente possível — e o primeiro passo para uma recuperação saudável, segura e bem-sucedida
Mais do que uma mudança de hábito, deixar o cigarro é um investimento pessoal, que protege a vida, o bem-estar e os resultados cirúrgicos. E ainda que o processo exija determinação, os recursos científicos disponíveis hoje tornam essa conquista possível e segura.
Se você está se preparando para uma cirurgia plástica, converse com seu médico sobre o plano mais adequado para parar de fumar. Com orientação técnica e acompanhamento profissional, é plenamente possível superar a dependência. E não se esqueça de seguir os conteúdos da Silicone Center no YouTube, Facebook, Instagram e TikTok para se preparar para uma cirurgia segura e uma recuperação tranquila.







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